Na Fazenda Vitória -de Fama de comedor, fama de deflorado


BY: Estevao Valente No dia seguinte.
“ Eu queria que o mundo parasse , mas tenho que voltar para a Vitoria”.
“ Gostaria que você conhecesse minha avó”.
“ Ela não vai ao Salão, mas o povo fala, né?”
“ Moço novo, amigo mais velho e com fama de comedor, né !!!”
“Ela te conhecendo vai evitar falação”.
“ Se é o que você quer, assim será”.
Lá fomos nós para a Fazenda Vitoria.
Meu bisavô vendeu umas matas para o avô da Dona Vitoria.
Depois que ele abriu a fazenda, colocou o nome de Vitoria para comemorar seu feito difícil de “abrir fazenda”.
Ele, a mulher, uma filha única, foram lá morar.
O capataz era o ‘Seu Guido’, um rapagão bonito filho de italianos, moço chucro, conhecido de todos como honesto e bom de trabalho.
O fazendeiro perguntou se ele não casaria com sua filha, Emerenciana, moça nova e donzela.
‘Seu Guido’ aceitou e se casaram na vila.
Guido e Emerenciana são os pais da avó de Leonardo, que na pia batismal recebeu o nome de Vitória.
Segundo consta , dona Vitoria é o pai todo, inclusive de gênio.
“ Seu” Jamil Abud, um libanês sabujo, um ex- viajante, rico, mais velho, tinha propriedades na capital, e estava a fim de se aposentar numa pequena cidade.
Propôs a ‘Seu Guido’ casar com dona Vitoria oferecendo um belo dote.
Guido e Emerenciana diante da oferta casaram dona Vitoria com ‘Seu” Jamil que tinha aberto uma venda na vilazinha, e procriaram dois filhos:
1-        Guido, o pai de Leonardo;
2-        Jamilzinho.
O queridinho da mãe era o Guido , que se assemelhava fisicamente ao avô Guido, que adorava a fazenda, trabalhava nela, e casou com a filha de um sitiante, a Lourdes.
O Jamilzinho , segundo a mãe “era um traste, a cara do pai, um sabujo bajulador” que conseguiu um emprego na Secretaria de Governo na capital com o deputado Gerson, se mudou, casou com uma prima rica , Samira, e são os pais do Gerson, o Gê, nome dado ao benfeitor e compadre deputado.
Jamil Abud, que se transformara em um velho imundo, não tomava banho, nem mudava a cueca, teve um enfarto fulminante e morreu para alegria de dona Vitória que depois do segundo filho não o aguentava mais, tinha nojo dele.
Com a morte de Guido e de dona Lourdes em um desastre de avião, dona Vitoria passou a criar o neto.
Leonardo era o orgulho da avó, tanto que ela fez avanços de legitimas com os bens da capital, para deixar a fazenda só para o neto querido.
Mas, Jamilzinho, Samira, e Gerson, continuavam a frequentar a Vitória.
E nós conhecemos o Gerson, o Gê, dos outros contos: GÊ & Léo, Gerson é o meu nome, Neto, Raimundão, Gê e Tony.
Quando Fulano e Léo chegaram na Vitoria, Gerson estava descarregado as malas dos pais.
“ Oi. Como vai primo. Dormiu fora, é?”
Leonardo fechou a cara.
Fulano estendeu a mão para Gerson.
“ Como vai. Sou Fulano, vizinho”.
“ Sei que você é, né Léo?”
“ Prazer”, com uma mão mole, olhar cobiçoso, e sai rebolando seu Popozão...
De repente apareceu uma figura no umbral da porta.
Fulano deu dois passos para traz assustado, não conseguiu disfarçar o espanto.
Na porta estava parada uma cópia fiel de Leonardo, altura, rosto, olhos, corpo forte, etc., de botas e culotes, a única diferença eram os cabelos grisalhos bem arrumados em um coque.
“ KKKKK. O senhor levou um susto, não é? Todo mundo leva quando nos vê juntos”.
“ A senhora parece a gêmea do Leonardo”, falei rindo.
Leonardo ria.
“ Já gostei do senhor. Nos apresente Leonardo”.
Leonardo gostou a história, mas não contou, é obvio, a colossal trepada.
“ Entra, Fulano, venha tomar um café”.
Sentamos em um canto da varanda, e ficamos conversando.
Até que apareceu o trio Jamil.
Gerson só faltava fuder comigo ali na varanda, se enroscava todo como um cobra no cio.
Leonardo estava visivelmente furioso com o primo.
“ Vó. Vou tirar esse culote e me arrumar para o almoço. Fulano você fica para almoçar, não?”
“ Se dona Vitoria me convidar, eu fico”.
“ Tá convidado”.
Leo entrou e Gerson foi atrás.
Depois de um bom tempo, os dois voltaram.
O almoço foi servido, e a conversa foi longe.
Continua...


Seja o primeiro a fazer um comentario nesse conto.
Comente esse conto abaixo

(Numero maximo de caracteres: 400) Você tem caracteres restantes.

Desejo registrar meu vonto junto com o meu comentario:

Outros contos publicados desse mesmo autor
5630 - Neto e Nelson
 


Próximo Conto

No açude do riacho - Continuação de Fama de comedor, fama de deflorado