Etevaldo e Ricardo Augusto


BY: Estevao Valente Quando você começa a fazer sexo, novinho ou não, também, começa a mentir para encobrir o que está fazendo.
Inventa estórias para se justificar, cria estorinhas para obtenção de sexo com alguém muito desejado.
Se fez, mente.
Se quer, mente igual.
Faz parte do jogo.
E “quem não sabe brincar não desce para o play”, como dizem por aí.
Alguns precoces inventam cada uma que não condiz com a sua idade.
Outros mente mal pela vida toda.
É a vida.

Eu era um nerd daqueles, era bom aluno, só não era em matemática – rsrsrsrs- como lia muito minha mente era muito criativa, fértil, e com isso tinha desculpas/mentiras para todos os meus atos.
Eu encantava os amigos do professor Mulatão com minhas opiniões, pois lia os jornais todos os dias.
Diante disso, Mulatão estufava o peito encantado numa postura de “ e ele é meu”.
Além do que o Guardinha foi um bom mestre de mentiras. Rrsrsrsrs
Todavia, essas posturas tem um outro lado.
Tem gente que acredita, e tem gente que não acredita preferindo fingir para não se chatear, e eu acho que era o caso o meu pai.

Eu não dei conta de que era feliz enquanto Mulatão estava no Rio, só percebi quando ele foi para PE.
Eu era sozinho e ele enchia o meu tempo.
Meus pais não tinham tempo para mim.
Penso que por ser novo considerava que aquela situação ia durar para sempre, mas não durou e lá foi Mulatão para o Recife.
Comecei a não ter fome.
Comecei a ter insônia.
Um nervoso inexplicável se abateu sobre mim, a ponto de tremer sem mais aquela.
Fui a médicos, psiquiatras, pisico qualquer coisa, viajei para a Europa, etc, etc etc...e nada.
Foi longo o período de depressão, muito longo.
Mas,” não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe” e um dia sai da depressão.
Todavia cheguei a uma conclusão : Não vou ser passivo de ninguém... Ninguém vai mandar emocionalmente em mim, eu é que vou mandar na pessoa.
E assim foi durante muitos nos.
Até que um dia no Edifício Avenida Central eu trombei com Etevaldo Alves, um mulato sestroso.
Eu já tinha mais de 21 anos e tinha entrado no dinheiro que um irmão solteirão de minha mãe havia me deixado.
Era um graninha pra lá de boa e estava tudo muito bem administrado em um Banco de uma família amiga.
Eu sou mão de vaca.
Seguro pra cacete em matéria de dinheiro.
Liguei para a Gastal e falei com um vendedor conhecido.
Perguntei o preço de um Renault Dauphine e ele me informou que não fabricavam mais, entretanto havia um Gordini de 1968 usado, “uma joia rara de uma madame” ( falou ele) , que era muito em conta e que ele faria um preço mais barato do que de uma Fusca.
Perguntei quanto.
“ X cruzeiros”.
“Mantem o preço se eu der 50% a vista e o resto em 24 parcelas”.
“ Você meu príncipe, manda”.
“ Esse carro é para o filho da antiga lavandeira lá de casa que se aposentou por doença. Eles moram em Pilares e a velha vira e mexe precisa de hospital, o rapaz tem um carro velho de ferro velho que vive quebrado. Eu quero ajuda-los. Ele trabalha no Banco Oficial tal, tem contracheque, mas eu serei o avalista da operação”, uma mentira afinal Etevaldo era meu atual macho.
“ Voce como avalista o negocio tá feito, nem que ele fosse camelô”, riu o vendedor.
Liguei para o meu gerente e pedi 60% de X cruzeiro na minha conta e ele concordou.
Na hora do almoço lá fomos nos de taxi comprar o carro de Etevaldo, ele vestido de uniforme.
Avisei a ele que ia dar 50% e pagar as despesas para a transferência.
Ele ficou puto.
“ NÃO QUERO ISSO!!!”
“ NÃO QUERO DE JEITO NENHUM”.
“ NÃO SOU SEU GIGOLÔ”.
“ NÃO QUERO SEU DINHEIRO”.
“ Porra vai querer SIM e sem discussão, senão não vai me ver nunca mais e tem mais:
“EU VOU DAR O CU PRO CATARINA, TÁ ENTENDIDO???”, berrei eu.
Ele olhou feio, mas se calou.
O motorista do Taxi, um carinha até que bem apessoado, quase bateu ao ouvir o “ eu vou dar o cu para o Catarina”.
Eu ri e pisquei pro motorista, mas Etevaldo não percebeu de tão furioso que estava.
Fomos compramos o carro e voltamos com ele de cara feia.
“ Olha quando você melhorar a cara me telefone”.
No final da tarde me ligou pedindo desculpe e suplicando para nos encontramos.
“ Aceito as desculpa, mas hoje vou sair com meus pais”, um mentira, mas dentro daquilo que eu tinha planejado para mim:
Ninguém manda em mim nunca mais, é do meu jeito ou então não.
Tesão é tesão, foda é foda, mas submissão a vontade do outro nem pensar.
Dois dias depois:
Fomos pegar o carro e aí ele estava feliz como criança que ganha brinquedo novo.
“ Quero te fazer uma surpresa”.
E lá fomos nós para Pilares, o lugar mais quente do mundo.
Nem o Cairo , no Egito, é tão quente quanto Pilares.
Adentramos em uma chácara com casa do começo do século XX.
Na varanda tinha uma senhora mulata que na mocidade deveria ter sido muito bonita.
Dona Elvira, viúva de Ariovaldo , primeiro sargento do 1º Batalhão de Infantaria Motorizada, o Regimento Sampaio, situado na Vila Militar de Deodoro, no Rio de Janeiro, que serviu na FEB - A Força Expedicionária Brasileira – durante a II Guerra Mundial, mãe de Etelvina e do temporão Etevaldo, avó de Elisângela e dos gêmeos Eduardo e Edward.
Etelvina é casada com Benício Braga, ex- fuzileiro naval aposentando por problemas mentais e que está em um asilo, e mãe dos netos.
Elisangela, a Elis, ajuda a mãe na casa.
Edward toma conta da criação – porcos, galinhas, marrecos, cães e gatos e rã que vende nos restaurantes.
Eduardo faz o Curso de Formação de Sargentos (CFS) na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP), da A Força Aérea Brasileira (FAB).
Havia o Moleque, um filho de um primo que acabou morando lá, de nome Serafim, ajudante de Edward.
“ Mãe. Esse é o Ricardo Augusto. O cliente do Banco que o pai tem uma agência de automóveis e me ajudou a comprar aquela beleza ali” – ele mentiu não fugindo a regra “ inventa estórias para se justificar, cria estorinhas para obtenção de sexo com alguém muito desejado”.
“ Muito prazer” falou rindo a senhora simpática me dando dois beijinhos
“ Quer ver o carro?”
“ Etelvina, Elis, Edward, Moleque, venham cá”.
Quando eu vi Edward levei um susto era a xerox de Etevaldo, bem mais novo é claro.
Estava tão emporcalhado que nem tchum, tive até nojo.
Vibraram com o Gordini de 1968
“ Agora você vai vender aquela merda, não tio?”
“ Vou hoje no Ferro Velho do Matias na Dutra para vende-lo, não é Ricky?”
Passei a ser Ricky, mas o que fazer, pois tesão é tesão, e Etevaldo era o meu TESÃO.
Dona Elvira mostrou a casa, com destaque para um grande tanque que virou piscina – afinal Pilares é quente para cacete- dizendo que eu estava sempre convidado para uma feijoadinha com banho de piscina.
Convite aceito e repetido muitas e muitas vezes, por mais de ano.
Tomamos café e lá fomos vender o Peugeot 203 de 1955.
O Matias, um maranhense com cara de índio e de safado, não queria comprar o carro de volta de jeito nenhum, mas aí...
“ Seu Matias. Aquele reboque ali é seu ou da TV Globo?” perguntei
“ É, é, é meu” falou gaguejando.
“ Engraçado tem o logotipo da Globo, né não?”
Etevaldo já havia me contado que ele comprava carros batidos em seguradora, reformava e vendia, mas eu sabia que nesse tipo de comercio além de ser marginal, era usado muito carro roubado para fazer o que eles chamam de ‘trepadinha’, ou seja, chassi do batido com a carroceria e etc do roubado.
O tal Matias olhou espantado para mim e eu rapidinho:
“ Já imaginou se a turma da Globo descobre a semelhança da logomarca, o senhor se ferra, né não?”
“ É, é, é. Ô Etevaldo eu ofereço y cruzeiros”, vendo que eu não era etário mudou logo de conversa e ofertou no sambado Peugeot.
“ Seu Matias. Esse carro custou muito dindim pro meu amigo aqui, não dá pra subir um pouco?”
“ Y e v. Última oferta”.
Vendo que ele não ia dar mais por aquela bosta falei ligeiro:
“ Tá legal. Etevaldo você vendeu um carro...rsrrsrssrrsrrrssr”.
Saímos com dinheiro no bolso.
E no Gordini eu sentado de banda e rindo muito com Etevaldo todo agradecido mexendo na minha bunda.
Antes de entramos na Chácara tinha uma quebrada deserta e nos entramos nela.
“ Vem cá princesa, vem pro teu marido agradecido”.
Nos beijamos.
Abaixamos as calças até o joelho e ele me virou de costas e começou a me beijar na nuca,
“ Porra Ricardo você é demais. Cada dia eu fico mais apaixonado por você, meu amor, meu lindo, minha vida, meu tudo”.
Peguei seu cacete duro e senti aquele calor que só pica de mulato tem e fiquei louco.
Nos mexemos no Gordini apertado, e eu me ajeitei para me posicionar melhor e assim meu mulato faceiro enfiar tudo de uma vez.
Eu tava louco pela pica dele, louquinho da silva.
“ Meu amor, meu lindo, minha vida, meu tudo”, ele repetia sem parar.
Beijava e lambia minha orelha, o que me deixou mais excitado ainda.
Nos beijávamos na boca – até hoje não sei como dentro daquele minúsculo Gordini deu para fazer tanta sacanagem, não sei.
Com movimentos bem devagar e ultra gostosos de vai e vem ele se deliciava com meu cu.
Não tínhamos pressa.
“ Vou gozar”.
Desesperado me punhetei e acabamos gozando juntos.
Eu lambucei toda a minha perna e ele encheu daquele leitinho delicioso todo meu rabo, um rabo satisfeitíssimo pela pica que havia acabado de receber.
“ Essa é a primeira que meu possante vai ver. Vou colocar muito o etevaldinho nesse cuzinho do meu amor dentro desse carrinho. KKKKKKKK”
“ Foi pra isso que nós compramos ele”, falei sorrindo e as gargalhadas quais dois bobos, nos limpamos, nos beijamos.
Me virei e olhei para fora.
Levei um susto.
Lá estava o Edward se masturbando.
......

Foto 1 do conto: Etevaldo e Ricardo Augusto

Foto 2 do Conto: Etevaldo e Ricardo Augusto



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