Aventuras sexuais de Bento. Parte quatro. Por Estevão Valente


BY: Estevao Valente Dom Pedro II governou por 49 anos e veraneou em Petrópolis por 40 anos.
Com isso , no verão, a cidade tornava-se a capital do Império do Brasil.
Em Petrópolis moravam os representantes diplomáticos estrangeiros.
Em rua central foi erguida a residência opulenta do Conselheiro do Império Bento Manuel Brandão Pereira de Mello e Silva, amigo do Imperador e da Imperatriz, de Dona Isabel e do Conde d’Eu, que jantaram nela por várias vezes.
Foi denominado pelo povo como “ O Casarão do Conselheiro”, que nela faleceu.
Muito rico soube distribuir muito bens suas posses e legou o Casarão do Conselheiro, com tudo dentro, livre de qualquer despesa para seu neto Pedro Manuel Brandão Pereira de Mello e Silva.
Um grupo de casas de aluguel foi separado para sustentar essa herança e eram indivisível dela, ou seja, não se pode separar o “ O Casarão do Conselheiro” da Vila de Aluguel.
E depois nele faleceu.
O velório na sala dourada foi concorridíssimo, e até contou, entre outras autoridades, com a presença de Artur Bernardes, 12º Presidente do Brasil em função, e do marechal Hermes da Fonseca, 8.º Presidente do Brasil, e sua turbulenta mulher, dona Nair, nascida de Teffé von Hoonholtz, ambos residentes na Cidade Imperial.
Um grande cortejo acompanhou o féretro ao cemitério e a Municipalidade decretou luto de 3 dias.
Pedro Manuel Brandão Pereira de Mello e Silva era um poseur, as vezes era tão pretensioso que chegava a ser chato, mas por incrível que pareça as pessoas que lhe conhecem bem o adoram, pois é amigo dos seus amigos, e inimigo tenaz, ferrenho, duro, inflexível, intransigente.
Foi estudar em Paris onde conheceu a bela e elegante Stephanie La Réole Saint-Aignan de Auroux.
‘De Auroux’ da alta nobreza de robe, ou nobreza de toga, família de magistrados que remota ao século XVI, e no século XVII já estavam atuando “ à la chancellerie de Paris” através de Hierôme de Auroux.
Por parte de mãe era descendente dos nobres de espada do século XIV , ou seja, os La Réole Saint-Aignan.
Família e amigos foram para o casamento na França.
E “ la belle Stéphanie” veio abrilhantar a Alta Sociedade Brasileira.
Depois de muitas idas e vindas a Suíça para tratamento nasceu nosso herói, o Bento.
Bento era mimado como todos filho único.
E como seu pai era um poseur, muito pretensioso, mas adorava transar com o que ele denominava “membros da classe menos favorecida”, era besta ou não era????
Adorava ficar dias , até mesmo sozinho, no Casarão do Conselheiro, pois dizia que ali se respirava a glória de sua família aristocrata.
Seus pais tinha ido para a França, pois sua avó Françoise Catherine Louise La Réole Saint-Aignan de Auroux, mamie Janou, Madame de Auroux, a celebre membro da resistência e commandeur de la Légion d'honneur, estava morre não morre, e Bento se sentia entediado.
Decidiu ir para Casarão do Conselheiro em Petrópolis.
Dr. Pedro Manuel chegou a conclusão que em Petrópolis só devia ter empregados homens, e contratou O Mordomo, O Cozinheiro , O Jardineiro, e que O Mordomo contratasse os auxiliares diaristas para tudo funcionar muito bem.
La foi O Chefe levar Bento, e como de costume treparam adoidado.
O Chefe era um esnobe, um negão que “ se sente superior aos demais”, copia o pai de Bento em tudo, até no modo de gesticular e falar, se sente orgulhoso de ter na cama o descendente do Conselheiro do Império Bento Manuel Brandão Pereira de Mello e Silva, amigo dos Imperadores, e dos Condes d’Eu, mas não comenta com ninguém esse fato, pois não seria de bon ton , de bon sens ( ele falava em francês),não seria delicado, civilizado, de bom senso ‘de acordo com as regras da boa educação’.
Porem, Bento era sua paixão.
O amor é tanto que dá a vida por ele.
O amor é tanto que lhe perdoa tudo.
O amor é tanto que se educou para que Bento tivesse orgulho dele.
E o safado do Bento explora essa paixão.
Pelo O Chefe ele ficaria em Petrópolis, mas seu trabalho o impedia.
Chateado voltou para o Rio.
Na correspondência tinha um convite para a festa de 15 anos da filha de um dono de uma concessionária de automóveis ( desses que faz tudo para ser chique e conhecido) que meus pais no máximo mandaria um presente.
Entretanto, Bento resolveu ir e comprou um belo presente, afinal podia ter um gatinho , ou gatinhos, para trepar.
A família tinha um guarda- roupa completo no Casarão, e Bento separou a camisa de peitilho engomado, mandou escovar o smoking, passar flanela no sapato de verniz com laço de gorgorão para aumentar o brilho, e estava pronto para a caça, ou seria ele o caçado?? Riu muito desses pensamentos.
De agora em diante vou usar o EU, tudo na primeira pessoa do singular.
‘Hoje tem’, pensou.
Pegou um taxi e lá foi ele.
A casa era enorme, moderna e de péssimo gosto.
Tinha gente saindo pelo portão afora.
Tinha um casal e uma mocinha feiosa perto da porta principal.
‘ Senhor Fon-Fon, sou Bento Manuel Brandão Pereira de Mello e Silva II, muito obrigado pelo convite’.
“ Que honra Bento, essa é minha esposa dona Rebimboca e essa é minha filha aniversariante a Fonbocova, mas pode chamá-la pelo apelido Parafuseta”.
Dona Rebimboca parecia que não acreditava que eu estava ali, e gritou pela sua comadre Mola da Grampola para “chega junto” e me apresentar.
Fonbocova ou Parafuseta ria excitada mostrando um daqueles horríveis aparelhos dentários.
Estevão Valente estava atrás de mim, e me salvou com um “ Olá Bento há quanto tempo...”
“ Se conhecem...mas claro que bobagem...que idiotice a minha”, gemeu Fon-Fon.
Dei o presente a Parafuseta.
Ela logo abriu e exclamou:
“ Mammy, Daddy, olha que linda pulseira o ‘seu’ Bento me deu.”
“ Viu Mola da Grampola, gente fina é outra coisa”, falou deslumbrada.
Eu e Estevão Valente nos afastamos da família automobilística.
“ Bento, fiquei espantado de ver você aqui”.
‘ Eu em vê-lo, kkkk’.
“ Conheço o Fon-Fon desde que vendia carros usados, aliais quando quero vender algum carro deixo em consignação da concessionária dele”.
“ Ele é bom sujeito, mas como todo novo-rico é deslumbrado. Convidou até gente que não conhece para essa festa”.
‘ Como nós’, eu ri, ‘ contudo eu estou aqui por total falta do que fazer’.
“ Somos dois. Petrópolis já era. Uma pena”.
Desde o dia que vi Estevão pelado na sua piscina tenho tesão nele.
Entretanto, ele nunca me deu entrada, apesar de ser um gay assumido.
Com os olhos Estevão caçava, eu via, mas, também caçava.
Certa hora já cansados daquilo tudo fomos embora.
Estevão me deixou em casa.
“ Olha passa lá em casa, tou muito só...kkkkkk”
‘ Vou com certeza, sempre tive tesão em você’ e desci do carro.
Ele ficou rindo e me olhando.....
Continua , pois...Ai se deu a hora do catranco........


Foto 1 do conto: Aventuras sexuais de Bento. Parte quatro. Por Estevão Valente

Foto 2 do Conto: Aventuras sexuais de Bento. Parte quatro. Por Estevão Valente

Foto 3 do Conto: Aventuras sexuais de Bento. Parte quatro. Por Estevão Valente

Foto 4 do Conto: Aventuras sexuais de Bento. Parte quatro. Por Estevão Valente



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