BY: MisteryonMcCormick CAPÍTULO QUINZE
O Visitante
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Abri os olhos devagar. A noite passada tinha sido muito estressante, eu tinha contado tudo para meu pai e por fim acabei dormindo nos braços. Eu olhei para o lado e eu não estava no meu quarto e sim no dele. Eu me sentei na cama e me espreguicei e logo fui ao banheiro do quarto dele e lavei o meu rosto.
Eu desci as escadas e encontrei meu pai na cozinha.
- bom dia – falei me sentando junto a ele á mesa.
- bom dia – falou ele – eu não ganho nem um beijo de bom dia?
Eu me levantei sem jeito e dei um beijo no rosto dele.
- está com vergonha de mim?
- um pouco – falei sem graça.
- por causa do que você me contou?
- sim.
- não precisa ficar, eu já te disse que não foi culpa de ninguém além do Charley.
- eu não deixo de pensar que se eu não tivesse...
- pare de ficar pensando “e se”. O que aconteceu, aconteceu e pronto. Não podemos voltar no passado e mudar.
- tudo bem, mas acho que vou ficar envergonhado pro um tempo.
- tudo bem – falou ele.
- aonde o senhor dormiu?
- na sua cama.
- porque? Porque eu estava no seu quarto e o senhor no meu?
- você dormiu comigo aqui no sofá e eu te acordei e pedi para que subisse as escadas e fosse para seu quarto dormir. Você não respondeu nada, apenas se levantou e foi. Depois de mais ou menos 2 horas resolvi ir me deitar e quando entrei no meu quarto você estava lá.
- eu não me lembro disso, eu deveria estar dormindo, porque eu não me lembro de acordar. Eu dormi no sofá e acordei na cama, só isso que me lembro.
- pois é. Você estava dormindo tão bem lá que te cobri e fui dormir no seu quarto.
- curioso, eu sou sonambulo e nem sabia.
- eu já li em algum lugar que quando acontecem coisas estressantes durante o dia a pessoa fica mais propensa a ter sonambulismo.
- então foi isso. – falei – hoje eu vou ter de novo. Hoje vai ser o jantar e todos virão outra vez. Eu nunca vi todos eles juntos outra vez, eu nunca vi Fritz depois que cheguei a casa.
- não fica estressado ou nervoso, é só um jantar. Eu sei que você pode estar com vergonha. Ninguém quer ser visto na situação que você estava tão vulnerável, mas todos são seus amigos e não te julgam então você também não devia se julgar.
- tudo bem – falei.
Depois do café da manhã eu fui para meu quarto e entrei no banheiro e fiquei em frente ao espelho. Eu olhei meu pescoço e vi a cicatriz enorme que tinha ficado. Eu passei meus dedos nela e fiquei pensando que as pessoas veriam essas cicatrizes e ficariam imaginando o que teria acontecido. E quando alguém perguntasse? O que eu responderia?
À tarde eu arrumei a casa toda. Não gostava de contratar pessoas para fazer o serviço de casa eu mesmo gostava de organizar tudo. Não confiava minha casa em outras pessoas, não por motivo de roubos, mas por causa das lembranças. Quando uma pessoa arruma sua casa ela muda tudo de lugar e cuida do jeito dela e desde pequeno eu sempre ajudei minha mãe a arrumar a casa então preferia assim.
Meu pai começou a fazer o jantar ás 19h00min. Eu fui para a área no fundo de casa e arrumei a enorme mesa de madeira com 12 lugares que ficava lá. Por volta dás 20h00min Denny chegou. Ele logo foi até a cozinha ajudar meu pai. Eu fiquei sentado na sala assistindo TV esperando as outras pessoas chegarem.
Exatamente ás 20h42min eu ouvi barulho de portas de carro batendo.
- eles chegaram – falei gritando.
- receba os convidados e converse com eles – gritou meu pai da cozinha – eu e Denny vamos terminar o jantar.
Eu fiquei em pé próximo ao interfone apenas esperando ele tocar. Alguns segundos depois ele tocou.
- pois não? – falei atendendo.
- somos nós – falou alguém que eu não consegui reconhecer a voz.
Eu fui até o portão e recebi todos eles. Todos tinham chegado ao mesmo tempo.
- nossa, mas vocês combinaram de chegar juntos?
- pra falar a verdade foi – falou Adam.
Eles entraram e todos foram até a cozinha cumprimentar meu pai e Denny. Eu fiquei em pé na sala vendo-os se cumprimentarem e Steve olhou pra mim e deu um sorriso e olhou pro meu pescoço. Eu então rapidamente tratei de fingir estar coçando o pescoço e tapei a cicatriz.
- vocês todos podem ficar na sala, fiquem a vontade por o jantar será feito por mim e pelo meu amigo Denny.
Todos vieram até a sala e se sentaram. Eu me sentei em uma poltrona sozinho e abracei uma das almoçadas que tinham até meu pescoço e logo a ferida foi coberta.
- e então, como está tudo por lá? – perguntei.
- bem. – falou Adam – estaria melhor se você estivesse lá é claro.
- que nada – falei – vocês devem estar fazendo uma festa por dia.
- quem está sentindo sua falta é minha esposa – falou Adam – ela não teve ninguém pra ligar desconfiando de traições.
Todos deram uma risada.
- e a sorte que eu não tenho – falou Xavier – ela liga pra todo mundo lá, até para o Gray e Steve.
- é verdade – um dia ela ligou para Xavier, perguntou onde ele estava e depois de desligar me ligou e perguntou se era verdade – falou Steve.
- e você Fritz? – perguntei – já se acostumou com tudo?
- aos poucos. Eu não tenho muitos pacientes ultimamente então não está tendo conflito de horários, isso só vai acontecer quando houver uma emergência.
- que bom – falei – vocês querem algo para beber? cerveja?
- pode ser – falou Adam.
- em quantos carros vocês estão? – perguntei.
- em três – respondeu Gray.
- então três de vocês vão ser motoristas designados. Quem vai ser? Quem se candidata?
- Adam e eu viemos juntos – falou Xavier – então um de nós não vai.
- eu vou beber Steve – falou Vanessa – nem pense que eu vou ficar sóbria porque eu não vou.
- podem ficar tranquilo eu não vou beber – falou Gray.
- até agora só o Gray. – falei.
- eu também não vou beber. – falou Adam.
- falta mais um.
- Fritz veio sozinho – falou Vanessa.
- podem ficar tranquilos eu não vou beber.
- pode beber – falou Adam – é só você deixar seu carro estacionado aqui e eu te levo até sua casa.
- não precisa – falou ele.
- nem precisa ficar na rua, pode estacionar ele na garagem. Ela cabe até três carros – falei.
- se vocês insistem, pode trazer então.
- só um minutinho – falei indo até a cozinha e pegando vários copos de vidro e pegando garrafas de cerveja e enchendo os copos.
- o senhor via querer paizão?
- vou sim filho – falou ele.
- o jantar vai demorar muito a ficar pronto?
- uma hora no máximo.
- e você Denny? Vai querer beber também?
- com certeza – falou ele. – e você vai beber?
- refrigerante – falei.
Peguei três copos e coloquei refrigerante para Adam, Gray e pra mim. Logo que levei todos os copos eu me sentei outra vez e começamos a conversar. Hora ou outra eu pegava alguém olhando as cicatrizes no meu pescoço e eu tentava disfarçar.
- quase me esqueço – falou Steve – a Sabrina mandou um abraço e melhoras.
- sério? Que fofa, vocês podiam ter chamado ela parar vir ao jantar.
- eu não sabia se podia – falou Steve – mas fica pra próxima vez.
- ela é a única pessoa naquela empresa que se preocupa comigo...
Todos eles ficaram me olhando com uma cara esperando eu dizer algo.
-... Além de vocês é claro.
- ainda bem né? – falou Steve.
- é que vocês sempre me trataram bem que eu até me esqueço.
Eu sempre ia até a cozinha e enchia o copo deles.
Logo meu pai anunciou que o jantar estava pronto e todos foram para a área e nos sentamos à mesa.
Começamos a comer e logo o interfone tocou. Como eu estava na ponta da mesa que ficava mais próxima a porta.
- pode deixar que eu atendo – falei me levantando e atendendo o interfone.
- um amigo meu ficou de vir aqui me entregar uns papeis do trabalho – falou meu pai – se for ele pega a pasta preta em cima da estante e entrega pra ele.
- ok – falei indo direto ao portão.
Eu abri a porta e dei alguns passos até o portão. Quando eu abri levei um susto. Era Charley.
Eu levei um choque quando abri a porta.
- que bom que você abriu – falou ele.
De uma fez eu tentei fechar o portão, mas ele colocou a mão, empurrou e foi entrando.
Eu me virei assustado e sai correndo pra dentro e olhando para trás. Charley estava entrando e vindo atrás de mim. Eu passei pela cozinha e cheguei correndo na área e dei a volta na mesa ficando do lado do meu pai.
- o que é isso filho? – falou meu pai. – era meu amigo?
- é o Charley pai, ele está entrando.
- como é que é? – falou meu pai. Todos instintivamente afastaram as cadeiras e se levantaram. Menos Vanessa, Denny e meu pai. Meu pai tentou se levantar, mas eu apoiei a mão nos dois ombros dele e não deixei.
- não pai fica aqui.
- fica aqui – falou Fritz.
Eles foram em direção à porta da cozinha, mas antes que conseguissem eles Charley apareceu na porta.
- boa noite – falou ele.
- sai da minha casa – falou meu pai se levantando.
- volta aqui pai – falei tentando segurar na camisa dele. Meu pai foi tão rápido e com tanta raiva em direção a ele que a camisa rasgou nas costas, mas eu consegui parar meu pai por uns instantes.
- fica tranquilo Larry – falou Adam. – Charley você poderia por gentileza se retirar?
Eu fui para trás do meu pai e o abracei por trás. Desse modo ele não andaria.
- eu só vim ver o Mike. – falou ele. – Mike nós podemos ser o que éramos, vamos esquecer o que aconteceu.
- vai se ferrar – falou meu pai.
- Larry, sou eu, Charley, eu sei que eu errei, mas eu vim me desculpar.
- nem se atreva a falar com meu pai – eu larguei meu pai e fui em direção ao Charley. Agora foi meu pai que precisou segurar meu braço. – você é louco, deveria estar preso ou então no manicômio, você tentou em matar e tem a cara de pau de aparecer aqui? Não tem vergonha não.
- vamos chamar a policia – falou Gray pegando o celular.
- tudo bem – falou Charley. – Mike eu sei que você gosta de mim e vai querer me ver, outro dia quando estiver só em casa eu volto. Ou então te encontro na porta do trabalho e te dou carona até em casa. Ele disse isso e foi andando pela cozinha e Adam e Xavier foram com ele e quando ele saiu eles fecharam a porta.
Eu fiquei lá com meu pai até eles voltarem.
- está tudo bem. Ele se foi – falou meu pai.
Eu me sentei na cadeira mais próxima.
- não está tudo bem pai, você não ouviu o que ele disse? Que via me encontrar na porta do trabalho?
- não vou deixar você sair de casa sem mim – falou ele – você vai ter que parar de trabalhar.
- eu vou ficar trancado em casa pra sempre pai?
- não precisa – falou Adam – Larry eu posso conseguir uma ordem de restrição, geralmente demora um pouco, mas eu tenho um amigo juiz que pode conseguir pra mim em uma semana. Não precisar nem de audiência.
- eu ficaria muito agradecido – falou meu pai.
- agora vamos continuar o jantar – falou Steve.
Todos se sentaram e começamos outra vez a comer, mas desta vez em silêncio. Era como se estivéssemos em um velório.
Eu dei uma garfada e mastiguei vagarosamente, eu tinha perdido a fome com o que tinha acontecido, meu apetite foi embora.
Meu pai olhou pra mim e me viu triste e que não estava comendo.
- come filho – falou ele.
- eu perdi a fome – falei largando o garfo – vocês me dão licença? Eu vou para meu quarto.
- Mike, fica aqui.
- pai quando eu fico nervoso eu perco o apetite não adianta eu tentar comer.
Eu me levantei e fui até a cozinha e tomei um copo de água e subi ás escadas em direção ao meu quarto e quando entrei eu fui até o banheiro, escovei os dentes e fui logo me deitar. Eu estava cabisbaixo, triste. Porque aquelas coisas tinham acontecido comigo? Eu estava assustado pelo o que tinha acontecido.
Eu apaguei a luz do abajur e me virei para o lado de fechei os olhos tentando dormir, mas eu não conseguia. Estava muito atordoado. Eu fiquei por certo tempo deitado até que ouvi alguém batendo na porta, mas eu não respondi e fingi que estava dormindo.
A pessoa bateu outra vez na porta.
- Mike? Sou eu Fritz.
Eu então acendi a luz do abajur e mandei que ele entrasse. Ele abriu a porta e se sentou na cama.
- você está bem? Você tem que se alimentar. Vamos lá pra baixo para terminarmos de comer.
- eu perdi a fome, eu estou falando sério, quando eu fico nervoso é como se minha garganta travasse. Agora só amanhã. Eu estou cansado...
- não fica pensando no que aconteceu – falou ele.
- não estou pensando.
- então porque toda vez que alguém está te olhando você está arrumando um jeito de cobrir suas cicatrizes no pescoço.
- não é nada.
- pode me falar. Eu sei que você fica envergonhado, mas não precisa – falou ele fazendo com que eu levantasse um pouco minha cabeça para ver melhor. – se você realmente se sente incomodado com ela, eu tenho um amigo que é cirurgião plástico.
- não precisa – falei.
Ele alisou as cicatrizes com os dedos.
- eu fico pensando... e se nunca mais conseguir ter uma vida normal? Tudo na minha vida parece estar dando errado.
- posso te dizer uma coisa?
- pode
- hoje meu dia também não foi dos melhores, eu perdi um paciente hoje. Uma criança de apenas 10 anos ele era meu paciente desde que nasceu. Os pais estão desolados e uma hora dessas estão velando o filho.
- nossa... sinto muito, eu não fazia ideia. – falei me arrumando na cama.
- e mesmo assim eu fiz um esforço para vir a esse jantar para que você e seu pai não ficassem chateados.
- me perdoa por ser tão mesquinho, eu com esses problemas idiotas e tem pessoas com problemas reais.
- seus problemas são reais também, não estou dizendo isso para que se sinta mal, é para você ver que quando nossa vida está ruim, tem pessoas que tem a vida pior.
- eu entendo – falei.
- e então? você faz isso por mim? Será que consegue se esforçar e ir lá para baixo terminar o jantar? Assim você não me deixa chateado. E eu vou ficar chateado se não for, eu vim pelo seu pai, mas o motivo por estar aqui é você. Nós nunca tivemos aquele jantar que eu te convidei, mas temos essa chance.
- não sei. – falei – eu estou muito pra baixo. – falei sem olhar no rosto dele.
- eu sei de algo que pode melhorar o seu e o meu dia.
- o que?
Ele aproximou o rosto dele do meu e me deu um selinho. Eu fechei os olhos e correspondi com outro selinho.
- e então? Deixou seu dia um pouco melhor? – perguntou Fritz – pelo menos o meu acabou de ficar.
- deixou – falei aproximando o rosto do dele sentindo a respiração dele na minha boca e no meu nariz. Eu fechei os olhos por um instante antes de aproximar outra vez e dar outro selinho. Dessa vez coloquei a mão esquerda no rosto dele e ele colocou a mão esquerda na minha nunca e puxou meu rosto contra o dele. Demos vários selinhos sentindo a respiração um do outro. Aquilo foi muito bom, foi me acalmando por dentro. Eu não sabia a vontade que eu tinha de beijá-lo até que dei o primeiro beijo. Então demos um último selinho antes de darmos um beijo de língua calmo e silencioso. Coloquei a outra mão no rosto dele e senti sua barba em minha mão. Beijamo-nos por um bom tempo.
Depois de um tempo paramos para recuperar um pouco o folego. Eu então passei os braços por trás dele e dei um abraço sentindo o perfuma em sua nuca.
- melhorou meu dia também. – falei baixo.
- e então? Você iria lá para baixo para terminar o jantar?
- sim – falei ainda abraçando ele.
Eu o soltei e ele se levantou indo até a porta me esperando. Eu tirei o cobertor e calcei meus chinelos me levantei e chegando a porta ele abriu, mas antes de sairmos ele me deu um selinho.
Eu desci as escadas logo atrás dele e fui até a área.
- eu consegui – falou Fritz.
- vejo que você não é bom só com crianças – falou Adam para Fritz – ainda bem que voltou Mike – falou ele.
Fritz se sentou ao lado de Vanessa e eu me sentei do outro lado da mesa ao lado do meu pai. Ficávamos distantes um do outro.
- não se preocupa filho – falou meu pai – Adam vai conseguir a ordem de restrição. Não precisa ficar assustado, nada vai acontecer com você.
- eu digo o mesmo para o senhor – falei pegando outro prato e colocando um pouco de comida. Meu apetite tinha voltado.
Depois do jantar eu juntei todas as vasilhas e Steve me ajudou a arrumar a cozinha toda, lavamos as vasilhas, secas e guardamos. Enquanto fazíamos isso todos foram para a sala e logo que acabamos Steve pegou uma latinha de cerveja e foi para lá. Quando cheguei levei um susto, todos estavam bebendo.
- Gray não era pra você e o Adam não beberem?
- só uma latinha, nós conseguimos dirigir – Falou Gray.
- uma latinha uma ova. Me entreguem as chaves de todos os carros.
- não precisa – falou Adam – nós somos acostumados a beber e dirigir.
Aquilo me enfezou.
- porque vocês acham que se chama “acidente”? você pode ser o melhor motorista do mundo um dia pode acontecer. Eu estou falando sério, me entreguem as chaves. Eu vi uma das chaves em cima do raque na sala e peguei. – falta mais duas.
- tudo bem – falou Gray entregando a chave e logo em seguida Adam entregou.
- como nós vamos embora? – perguntou Adam.
- vocês podem dormir aqui. Têm dois quartos de hospedes, nós damos um jeito.
Todos estavam bebendo e eu como quem não quer nada me sentei ao lado de Fritz que conversava com Vanessa e meu pai. Eu fiquei do lado dele e fiquei ouvindo o que conversavam.
Eu coloquei uma música em som ambiente e as horas foram passando e eles bebiam cada vez mais. Eu bebi apenas duas latinhas e depois comecei a beber refrigerante. Logo eles começaram a ficar tontos e conversavam sem parar repetindo a mesma coisa. Steve veio me contar algo e juro que ficou 30 minutos para me contar apenas não gostava do irmão de Vanessa.
Fritz às vezes ia lá para fora fumar um cigarro e logo voltava a conversar com meu pai. Ele já estava tonto o suficiente para colocar a mão em mim. Na minha perna me abraçar e dizer e dizer que eu era uma pessoa de sorte por ter um pai que me amava.
Quando o relógio marcou 02h13min eu subi as escadas e arrumei os quartos de hóspedes. Todos começaram a se preparar para dormir. Eu e Gray éramos os mais sóbrios e ajudamos todos a irem para seus quartos. Vanessa e Steve em um quarto com cama de casal. Adam e Xavier ficaram em um quarto com duas camas de solteiro. Adam em uma e Gray em outra.
- Xavier você dorme no sofá cama. – falei puxando o sofá e armando a cama para ele se deitar.
- pode ficar a vontade – falou meu pai subindo as escadas, ele conseguiu subir sozinho e bem devagar.
- eu posso dormir aqui mesmo nesse sofá – falou Fritz apontando para um outro sofá na sala.
- você pode dormir no meu quarto.
- nem pensar, você dorme no seu quarto. – falou Fritz.
- vem comigo eu te ajudo a subir as escadas – falei passando o braço por trás dele.
Nós subimos as escadas devagar e logo chegamos no meu quarto ele se sentou na cama. Eu fui até o banheiro e escovei os dentes quando sai do banheiro ele ainda estava sentado na cama coçando os olhos. Ele estava morto de cansado.
- pode ficar a vontade, as toalhas são novas se quiser tomar um banho pode usar. Eu fui siando e ele segurou meu braço.
- dorme aqui comigo – falou ele.
- eu não.
- aonde você vai dormir?
- em qualquer lugar, eu vou me ajeitar.
- por favor – falou ele.
- você está bêbado, vai dormir. Eu vou sair e fechar a porta.
- me ajuda a tirar a camisa – falou ele.
Ele ficou em pé e levantou os braços, eu então retirei a camisa que ele usava. Eu entreguei pra ele, mas Fritz jogou na cama e me abraçou me dando um selinho e foi se deitando e me fazendo cair em cima dele.
- Fritz não – falei me levantando. – você está bêbado não vou fazer isso com você tonto.
Nesse momento senti uma aflição, eu me lembrei do que Charley fez ao meu pai. Eu não faria o mesmo que ele.
- tudo bem – falou ele se deitando.
- fica a vontade.
- de dá um beijo de despedida – falou ele.
Eu me aproximei dele deitado e dei um selinho na boca dele e logo o selinho se transformou em um beijo calmo de língua.
- boa noite – falei.
- boa noite – respondeu ele.
Eu sai do meu quarto e fui até o quarto do meu pai e dei boa noite. Antes de sair abri o guarda roupas e em uma das partes tinha um colchonete. Eu peguei o colchonete o cobertor e um travesseiro e fui saindo do quarto.
- coloca no chão e dorme aqui comigo. – falou meu pai.
- não pai, se você resolver vomitar a noite e vomitar em mim eu vou dar um ataque, é melhor eu dormir lá em baixo.
- tudo bem – falou ele.
Eu sai do quarto, desci as escadas e Xavier já estava dormindo. Eu fui até a cozinha e joguei o colchonete lá mesmo. Coloquei o travesseiro e me cobri. Eu fiquei pensando no dia que eu tinha tido, em Charley, mas o que mais pensava era em Fritz e em nossos beijos, eu sentia estar sonhando, eu estava gostando muito dele e dormi sonhando com seus beijos.
Eu abri os olhos e logo vi o teto da cozinha. Eu olhei para o lado de meu pai estava deitado ao meu lado. Deitado no chão, dividíamos o mesmo cobertor. Eu me sentei devagar e olhei para o relógio da cozinha. Era 08h18min.
Xavier esta dormindo na sala. Eu me levantei em silêncio e levantei a cabeça do meu pai e coloquei o travesseiro em baixo. Eu fui até a geladeira e peguei um copo de água.
Eu subi as escadas e fui até o banheiro e lavei meu rosto e assim que saí do banheiro eu ouvi Vanessa rindo. Eu cheguei perto da porta e ela e Steve estavam conversando.
Eu bati na porta.
- bom dia – falei.
- a porta está aberta – falou Vanessa.
- posso abrir? Tem certeza que não vou dar de cara com algo que não queira ver?
- pode abrir – falou Steve.
Eu abri a porta e os dois estavam sentados na cama conversando.
- bom dia – falou Vanessa e logo após Steve.
- vocês dormiram bem? – perguntei.
- sim, não sei se a cama é ótima ou se nós estávamos tão chapados, só sei que dormimos muito bem.
- vocês acordaram de bom humor, então acredito em vocês. Uma ótima noite de sono resulta acordar de bom humor.
- é verdade – falou Steve.
- então, se vocês quiserem descer eu vou arrumar o café da manhã.
- vamos sim – falou Vanessa.
Eu sai do quarto e ao mesmo tempo que eu fechei a porta, Gray abri a do quarto.
- bom dia – falou ele.
- bom dia – respondi. – eu vou preparar o café da manhã se quiser descer logo vai estar pronto.
Eu desci as escadas e fui até a cozinha e meu pai tinha acabado de acordar e se levantar.
- bom dia – falou ele.
- bom dia pai. – falei dando um beijo no rosto dele – porque o senhor dormiu aqui comigo? Porque não quis dormir na sua cama?
Ele apenas pegou o cobertor e começou a dobrar.
- não é nada, não estava confortável lá.
- estava mais confortável aqui no chão duro?
Quando disse isso foi como uma lâmpada acendendo em minha mente. Meu pai não queria dormir na cama dele por causa do que tinha acontecido e então parei de falar sobre o assunto.
Eu comecei a arrumar o café da manhã e meu pai subiu com o colchonete o travesseiro e o cobertor. Aos poucos todos foram acordando e vieram até a cozinha. Xavier, Adam, Fritz... todos eles.
Eu fiz o café da manhã e todos comeram enquanto conversávamos. Fritz se sentou ao meu lado.
- bom dia – falou ele.
- bom dia.
- não acredito que eu dormi na sua cama, você devia ter me tirado de lá.
- não tem problema, foi eu quem colocou você lá.
- aonde você dormiu?
- eu coloquei um colchonete aqui no chão da cozinha e dormi aqui. Eu e meu pai na verdade. Coloquei meu pai na cama, mas ele acordou de noite e veio se deitar comigo.
- eu não fiz nenhuma besteira ontem a noite fiz? – perguntou Fritz tomando um copo de suco.
Aquelas palavras me cortaram a alma, ele nem se lembrava que tinha me beijado.
- você me beijou – falei em tom baixo.
- isso eu me lembro – falou ele com um meio sorriso – e isso não foi besteira, eu estou perguntando depois do jantar, eu não me lembro de como fui para a cama. Quando fico tonto e bebo demais eu tenho tendências... sexuais sabe... fico aceso.
- haaa... isso – falei.
- eu fiz algo? – perguntou ele preocupado.
- não foi nada demais, você só me abraçou e caiu na cama, você pediu que eu dormisse com você.
- Mike, me desculpa por isso.
- não tem problema – falei – todo mundo faz loucuras quando está de porre.
- você gostou dos beijos? – perguntou ele olhando profundamente em meus olhos.
- sim – respondi envergonhado.
- eu gostaria de te beijar outra vez... muitas vezes na verdade.
- como assim?
- sei lá. Você está solteiro, eu estou solteiro, nós poderíamos ver se isso nos levava a algum lugar...
- tipo um relacionamento? Namoro?
- sim – falou ele – se você quiser é claro.
Eu pensei um pouco e olhei para todos conversando.
- claro – respondi – mas se nós dois formos ter algo vai ter que ser em segredo.
- por quê? – perguntou ele.
- você é meu chefe, as pessoas vão ficar falando, é antiético.
- que bobeira – falou ele.
- depois pergunta pra qualquer um o problema que eu arranjei apenas por fofocas bobas de namoro com chefe. Isso me rendeu uma dor de cabeça danada
- tudo bem – falou ele – podemos ter um relacionamento secreto.
- ótimo – falei com um sorriso.
Depois do café da manhã Gray, Steve e Vanessa foram embora, pois já tinham planos para aquele domingo.
Adam, Xavier e Fritz, meu pai e eu ficamos conversando um pouco até por volta dás 11h45min até que Xavier disse que tinha que ir embora.
Todos se despediram e Fritz veio até mim.
- vou ao banheiro antes de irmos – falou ele subindo as escadas. Eu esperei alguns segundos e logo disfarçadamente fui até a sala e solo eu subi as escadas. Eu olhei em volta e ele estava dentro do banheiro e eu fiquei esperando ele sair.
Ele saiu do banheiro e logo que fechou a porta se aproximou de mim e nós demos um selinho.
- somos namorados então? – perguntou ele.
- somos sim.
- tem certeza? Posso enviar uma mensagem para os pretendentes da minha lista de contatos dizendo que não estou mais disponível?
- engraçadinho você vai ter é que excluir eles da sua lista – falei
- brincadeira não tem nenhum pretendente. – falou ele me dando outro selinho – não sabia que você fazia o tipo ciumento.
- desculpa me intrometer – falei – estamos namorando tipo á 5 minutos e já estou querendo mandar em você.
- fica com ciúmes – falou ele me dando outro selinho e depois outro – eu gosto disso. Nós nos beijamos apaixonados por um bom tempo até que ouvi passos na escada. Eu o larguei e entrei no banheiro.
Eu fiquei lá dentro e ouvi a voz de Adam.
- vamos? – falou Adam.
Eu então sai do banheiro. Nós descemos as escadas e fui até o portão com eles e nos despedimos.
- espero você de volta ao trabalho amanhã – falou Adam.
- pode contar comigo – falei.
- até amanhã falou Xavier.
- até amanhã.
- até amanha – falou Fritz
- até – respondi.
- Larry não se preocupe porque amanhã mesmo vou dar entrada com o pedido da ordem de restrição.
- faz isso – falou meu pai ficando do meu lado passando o braço pro trás de mim.
Logo o carro deles partiu e desapareceu no horizonte.
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