BY: MisteryonMcCormick CAPÍTULO CINCO
Despertar
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Era quarta-feira e eu estava no trabalho, tinha planos de mais uma noite de filmes com meu namorado Charley, meu amigo Denny e meu pai. Eu estava animado. Por volta dás 17h50min Adam veio até mim.
- Mike, você tem planos para hoje?
- tenho sim senhor, mas... O que seria? – perguntei.
- eu precisava que você ficasse aqui comigo até mais tarde para terminarmos ás analises dos papéis que a cobrança me enviou.
- eu posso ficar, até que hora mais ou menos ficaríamos?
- até ás 20h00min no máximo. – flou Adam.
- eu fico então.
- obrigado Mike, não sei o que faria sem você.
Eu peguei o celular e liguei para Charley.
- amor, eu vou me atrasar, meu chefe pediu para que eu ficasse até mais tarde.
- não tem problema, eu estou indo com três filmes e cervejas. – falou ele.
- você pode ir bebendo e assistindo com meu pai, eu vou chegar por volta dás 21h00min.
- você me liga que eu te busco – falou Charley.
- tudo bem então.
- beijos – falei.
Por volta dás 18h20min eu recebi a ligação do meu amigo Denny.
- oi Denny.
- oi Mike – falou Denny.
Denny era um amigo a mais ou menos 3 anos. Ele é descendente de espanhol e foi dai que ele tirou seu sobrenome: Gonzáles.
- fala Denny.
- cara eu não vou poder ir hoje a noite assistir filmes. Minha família chegou agora no meu apartamento, eles vieram me visitar de surpresa.
- não tem problemas. Ainda bem que meu pai está lá para fazer companhia ao Charley porque eu também vou demorar um pouco para ir embora.
- tudo bem então, vamos marcar outro dia.
- com certeza. – falei – abraços.
Eu desliguei o telefone e mandei uma mensagem de texto para o Charley avisando. Em seguida eu desliguei meu computador, desliguei a luz do aquário, desliguei uma fonte que tinha, apaguei a luz da recepção e fui até a sala. Eu abri a porta e ele estava sentado vendo algo no computador.
- atrapalhei seus planos hein? – falou ele.
- que nada.
- pega a cadeira e coloca aqui do lado da minha e senta para conferirmos.
Eu peguei a cadeira e sentei do lado dele e peguei os papeis e um lápis na mão e ia conferindo enquanto adam modificava no computador e as vezes adicionava alguma observação importante.
Depois de uma hora ele pediu para que trocássemos de lugar, pois iriamos nos cansar fazer a mesma coisa. Nós nos levantamos e Adam deu a volta na mesa e eu me sentei na cadeira dele, antes de se sentar ele perguntou:
- se incomoda se tu tirar meu paletó e ficar mais a vontade?
- não. – respondi olhando o computador.
Ele tirou o paletó e jogou em cima da poltrona, foi quando eu parei de olhar para a tela do computador e olhei para ele. Era como se eu visse aquela cena em particular em câmera lenta.
Ele desabotoou as mangas e levantou até os cotovelos e eu pude ver que ele tinha braços peludos e reparei que ele tinha mãos fortes e logo em seguida desabotoou dois botões da camisa, deixando um pouco do seu peito, aparecer com alguns pelos. Eu nem piscava vendo aquilo e foi quando me toquei e voltei a olhar o computador. Achei estranho, eu não era de fazer aquilo, ficar olhando para um hetero por mais de 5 segundos seguidos, especialmente meu chefe.
Ele então se sentou ao meu lado e começamos novamente e dessa vez ele falava os números e eu anotava tudo na planilha e adicionava também as observações ditas por Adam. O relógio marcava 19h50min quando nós demos uma pausa.
- eu tenho um corpo estranho, eu tive que arregaçar as mangas, literalmente, por causa do calor, agora sente o tanto que minhas mãos estão geladas.
Ele disse isso colocando a mão direita no meu braço.
- está sentindo?
- estou sim, está muito gelada.
Eu estava sentindo algo estranho, aquela situação toda começava a soltar minha imaginação e eu precisava colocar os pás no chão.
- acho que nós vamos demorar mais do que prevíamos o senhor não acha?
- Mike, não estamos em horário de serviço, pode me chamar só de Adam. E sim, acho que vamos levar pelo menos mais duas horas.
- eu posso fazer uma ligação antes de continuarmos?
- claro – falou ele.
Eu me levantei abri a porta da sala e sai, disquei o número e logo Charley atender.
- amor eu vou demorar mais do que eu pensei. Devo sair daqui só umas 22:00.
- não tem problema amor, eu e sei pai estamos tomando cerveja e assistindo aos filmes, bom que passamos um tempo sozinhos e ficamos mais chegados.
- pode ser – falei. – você vai passar a noite ai?
- vou sim.
- não precisa me esperar pode ir dormir. Posso falar com meu pai?
- claro – falou ele passando o celular para meu pai.
- pai eu vou demorar chegar hoje em casa, se quiser não precisa me esperar e o Charley vai passar a noite ai.
- tudo bem filho, só tome cuidado, se ficar tarde demais eu posso ir te buscar.
- tudo bem, se ficar muito tarde eu te ligo.
- promete?
- prometo pai.
- um beijo então.
Eu desliguei o celular e voltei para a sala.
- ligou para o paizão? – falou Adam.
- como você sabe?
- desculpa ser intrometido, mas é que teve um dia que sem querer eu ouvi uma conversa sua com ele.
- eu me acostumei a chama-lo de paizão quando era adolescente e nunca perdi essa mania.
- alguma manias são boas – falou Adam se levantando – nossa cara eu vou ao banheiro tirar uma água do joelho porque não aguento mais segurar – ele disse isso agarrando o pau na calça e arrumando ele. Eu não pude evitar de olhar.
- foi mal – falou ele percebendo que eu tinha olhado – fiz você ficar sem graça?
- não foi nada. – falei me sentando na cadeira.
Ele então saiu da sala e foi ao banheiro. Eu não gostava do que eu estava fazendo, eu não era assim, não gostava de sentir nada por héteros, claro, é possível evitar olhar, mas ele era meu chefe e eu não estava disfarçando. Talvez porque fizesse duas semanas que não fazia sexo com Charley. Eu decidi que tentaria me focar mais no que estávamos fazendo.
Eu liguei no restaurante enquanto ele foi ao banheiro e pedi comida japonesa para nós dois.
Ele voltou e sentou ao meu lado e começamos mais uma vez a analisar as planilhas. Certo momento o computador desligou a tela de uma vez e Adam tentou liga-lo puxando um cabo que estava do outro lado da mesa ficando com sua cabeça na minha frente de modo que eu senti o cheiro do perfume que ele estava usando, aquilo acabou comigo, literalmente. Só tinha uma coisa que eu gostava mais do que homem de barba, homem cheiroso e bem perfumado e para meu azar, Adam tinha barba e estava bem perfumado. Ele não saia da minha frente e eu comecei a ficar excitado e antes que passasse vergonha eu me levantei.
- me deixa sair daqui, eu estou te atrapalhando.
Depois de alguns segundos ele puxou um cabo e ligou atrás do computador. A tela ligou.
- esse cabo está frouxo, eu preciso trocar. – falou Adam.
- não se preocupe que eu vou providenciar para o senhor amanhã mesmo. – eu me sentei e continuamos conferindo e conferindo e a comida chegou uns 15 minutos depois, comemos e depois trocamos de lugar e eu voltei a ficar com a lista nas mãos apenas falando o nome dos investidores, advogados, clientes... era muita coisa e quando percebi, o relógio marcava 22:40. Eu levei um susto.
- nossa – falei alto.
- o que foi? – perguntou Adam.
- está tão tarde, tenho que ligar para meu pai vir me buscar quando acabarmos. Vou ligar para avisar que quando estiver saindo eu dou um toque no celular dele.
Eu peguei meu celular e disquei o número do meu pai e o celular chamou, mas ninguém atendeu, até que fosse para a caixa de mensagens.
- ele deve estar dormindo. – falei – vou ligar para Charley vir me buscar e mais uma vez o celular chamou e ninguém atendeu. – nossa os dois tomaram cerveja, eles devem ter caído no sono.
- não se preocupe com isso. – falou Adam – eu te levo em casa.
- ok – falei ficando mais tranquilo.
Nós continuamos trabalhando e em um certo momento Adam me deixou fazendo a planilha e foi assinar alguns documentos e autorizações que precisavam ser lidas de cabo a rabo. Por volta dás 01:10 eu terminei a planilha.
- eu terminei a planilha. Nem acredito que acabamos.
- você deve estar cansado não é? – falou Adam assinando um papel.
- muito. Eu não costumo ficar acordado até essa hora no meio de semana. Geralmente eu durmo ás 22h00min ou 22h30min no máximo.
- posso te perguntar uma coisa Mike? – falou Adam
- pode – respondi.
- estamos só nós dois aqui, você trabalha a 4 anos pra mim e eu sinto que somos um pouco íntimos, eu te considero um amigo, você também me considera?
- eu não vou mentir, eu te considero mais como um professor malvado. – Adam deu uma risada com a comparação que eu fiz.
- não quero que me veja dessa forme, quero que você tenha liberdade para falar comigo quando tiver um problema na empresa e também pessoal.
- tudo bem – falei.
- então, posso mesmo te fazer aquela pergunta?
- pode.
- você não sente mesmo tesão em mulher?
- não – respondi.
- tipo, se uma mulher vier nua e dançar na sua frente você não faz nada? Não sente tesão?
- nadinha – falei um pouco envergonhado.
- sempre tive essa curiosidade, sabe... vejo que todo gay afirma que não fez uma escolha e que já nasceu assim e eu sempre pensei nessa hipótese.
- pois é, eu também não decidi em um ponto da minha vida que seria gay, eu simplesmente fui assim desde que eu me entendo por gente.
- e você sente tesão por todos os homens do planeta? Tipo... qualquer homem te faz ficar com tesão?
- Adam, com todo o respeito, você sente tesão em todas as mulheres do planeta?
- não – falou ele. – eu na verdade sou bem peculiar. Eu gosto de todos os tipos de mulheres, mas as mulheres que me fazem subir nas paredes são mulheres de pele morena e que tenha seios grandes e cabelos até o ombro.
- não se importa com o tamanho da bunda? – falei logo escrachado. O assunto que estávamos conversando me dava esse tipo de liberdade.
- não. Eu gosto de mulheres que tenham seios grandes, se for morena então... nossa eu morro – falou ele remexendo na cadeira.
- todos tem gostos diferentes e algo que te deixa com mais tesão do que com outras pessoas.
- quando você um homem – falou Adam – o que te deixa subindo nas paredes?
Eu fiquei em silêncio.
- pode falar, estamos só nós dois, o que estamos conversando aqui não vai sair dessa sala.
- quero deixar bem claro que não é uma indireta e não estou cantando o senhor de maneira nenhuma eu faria isso, especialmente sendo meu chefe e sendo hetero.
- entendido – falou Adam atento ao que eu ia dizer.
- eu que me deixa doido, maluco são homens que usam barbas, como o senhor.
- sério? – falou ele passando a mão na barba – quem dera minha esposa gostasse assim dela.
- gosto de homens que tenha pelos nos braços, na barriga, não precisa ser muito, mas tem que ter, gosto quando o homem é depilado da cabeça aos pés, não vejo graça.
- resumindo... – falou Adam – se você tivesse a chance você me pegava.
- pelo amor de deus Adam, nem diga uma coisa dessas as paredes tem ouvidos – falei.
- é brincadeira – falou ele rindo. – mas como eu te disse, eu nunca tive contato com gays na minha vida, pelo menos gays resolvidos eu acho. E eu sempre tive curiosidade sobre essas coisas. As pessoas tem preconceito, antes de saber como é o mundo dos gays e tal. Por isso eu pergunto, mas Mike, não precisa responder se você não quiser.
- pode perguntar, eu fico meio envergonhado, mas eu não me importo de responder.
- se quiser perguntar qualquer coisa, pode perguntar.
- na verdade, tem uma coisa que eu sempre quis saber.
- o que? – perguntou ele curioso.
- na internet ou alguns amigos que eu tive no decorrer da vida até agora, eu sempre vejo relatos que gays que tiveram experiências com homens heterossexuais, sabe... as vezes sexo ou as vezes outras coisas. Eu vejo tantos relatos dessas experiências que eu acabo pensando que isso é mais normal do que eu penso, mas às vezes eu duvido dessas relatos.
- olha Mike vou ser sincero eu nunca tive uma experiência com outro homem, nada mesmo, e meus amigos que eu tinha no tempo do colégio e os amigos que eu tenho hoje nenhum deles conta nenhum tipo de experiência parecida.
- está vendo? E eu acreditando nesses relatos.
- mas pode ser que alguns sejam verdade. Podem existir alguns caras que não se importam se são homens ou mulheres e querem mesmo é matar o tesão, mas eu nunca tive vontade e não tenho. Pra ser sincero, nunca me passou pela cabeça.
- mas você está certo, se você sente tesão por mulher não tem porque ficar pensando coisas do tipo ou tentar experimentar, eu por exemplo nunca fiquei com nenhuma mulher, nem beijo nem nada. Eu realmente não sinto vontade e nunca senti. Nem experimentar, eu sei bem do que gosto e não senti necessidade de experimentar só pra saber se era o que eu queria. Eu tive uma educação diferente do que a gente vê por ai. Meu pai e minha mãe sempre apoiaram os direitos dos gays. Incondicionalmente e eu acho que me senti livre para ser o que eu era.
- é bonito ver que algumas pessoas tem essa criação que você teve. – falou ele.
- eu tive sorte.
- você acha que é definido por genética?
- olha, as pessoas dizem que gays não podem adotar porque os filhos serão gays, todo gay é filho de um casal hetero, então independente da criação a pessoa vai ser o que for, cabe a ela se aceitar ou não. Não tenho certeza se é genética, mas eu creio que sim.
- você não tem vontade de procurar seus pais biológicos?
- nunca. Vejo pessoas adotadas que ficam chorando e passam a vida procurando os pais biológicos, mas eu não tenho sinto essa falta. Como eu disse tive sorte de ter a família que tenho. E se eu tivesse sido abandonado eu poderia estar em uma família sem amor e que não me aceitasse.
- verdade – falou Adam.
Antes de continuar conversando ele olhou no relógio.
- nossa como a hora passou rápido, já são 01:50. Vamos embora?
- vamos – falei me levantando e saindo da sala e pegando minha mochila em cima da recepção. Eu fiquei esperando Adam do lado de fora e fiquei pensando naquela noite e naquela conversa. Adam era realmente uma pessoa admirável.
- vamos? – falou ele trancando a porta da sala dele e ligando o alarme. Nós entramos no elevador e descemos no subsolo.
- você não tem medo de descer aqui quando está sozinho?
- ter eu tenho, mas tem câmeras de segurança e tem dois seguranças que ficam andando em todo prédio. Além do mais eu sempre ando com uma arma?
- uma arma? – falei um pouco espantado.
- sim. Ela fica no meu carro. – ele disse isso desligando o alarme e eu dei a volta e abri a porta sentando no banco do carona.
Ele entrou sentou e colocou o cinto de segurança.
- ela fica aqui – falou ele abrindo o porta luvas. Eu vi a arma preta brilhando.
- você já usou ela?
- não e espero nunca precisar.
- também espero – falei.
Depois de uma longa viagem de quase 40 minutos finalmente chegamos à porta da minha casa.
- obrigado pela carona – falei.
- obrigado você por ter ficado comigo até mais tarde, e perdão por ter estragado seus planos.
- não tem problema.
Ele deu sorrisinho de lado.
- amanhã você pode chegar ás 10h00min.
- sério?
- sério – falou ele.
- obrigado, estaria lá ás 10h00min.
Eu tirei o cinto de segurando e sai do carro e fechei a porta e dei a volta.
- vai com cuidado – falei pegando minha chave e abrindo o portão da minha casa.
- boa noite – falou ele acenando e ligando o carro e desaparecendo na noite.
Eu fechei o portão e entrei em casa tranquei a porta e liguei o alarme. Estava silencioso. Eu fui até o quarto do meu pai e bati. Esperei e nada. Eu então abri a porta devagarinho e vi ele deitado. Me aproximando eu vi algumas latas de cerveja em cima da cômoda.
- pai? – falei. Mas ele nem deu sinal de vida. Eu coloquei maus dedos no pescoço dele só para ter certeza de que ele estava vivo e ele tinha pulsação. Eu fiquei mais tranquilo
- nossa, houve uma festa e eu não fui convidado – falei olhando as latinhas de cerveja e logo em seguida me abaixando e dando um beijo no rosto dele. – não me admira ter apagado. Eu peguei o cobertor que estava quase no chão e joguei por cima dele.
Eu fui até meu quarto e Charley estava dormindo também. Eu coloquei minha mochila na cômoda peguei minha toalha e bem devagar fui para ao banheiro. Tomei um banho na água quente e vesti a parte de baixo do pijama e assim que sai do quarto Charley abriu os olhos tentando evitar a luz.
- Mike? – falou Charley. – nossa chegou tarde. Eu fiquei te esperando e não consegui mais.
- demorou mais do que eu previ.
- deita aqui, está frio. – falou ele.
Eu dei a volta na cama e me deitei do lado dele e dei um beijo na boca dele. Meu corpo estava gelado e o dele quente.
- deixa eu te esquentar – falou ele me colocando de lado e fazendo conchinha comigo.
Eu sentia Charley atrás de mim esfregando a mão nos meus braços bem devagar para me esquentar, mas tudo o que eu conseguia pensar era em Adame a conversa que tivemos, ele mexendo no pênis, o perfume dele, seu rosto barbudo e seu sorriso, eu não sabia o que tinha acontecido, mas aquela noite tinha me feito ver Adam com outros olhos.
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