BY: MisteryonMcCormick CAPÍTULO ONZE
Uma Noite Difícil de Trabalho
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Todos chegaram de viagem na segunda. Adam me agradeceu pelo bom trabalho e tentou me dar uma folga em um dia da semana, mas eu não aceitei, era apenas meu trabalho. Eu esperava por uma oportunidade naquela semana mesmo para filmar meu pai e Charley transando para finalmente soltar a bombar e contar que eu sabia de tudo. Na terça-feira Adam me deu a oportunidade. Ele ligou no meu telefone me pediu para ir até a sala dele.
- Mike eu preciso de você – falou Adam enquanto eu sentava.
- o que você quiser – falei
- eu estou te avisando antes para que você não tenha que cancelar algum plano.
- sim.
- na quinta-feira um investidor vai vir conhecer a empresa e eu vou precisar de sua ajuda.
- com o que?
- bom, esse investidor está a procura de uma empresa para poder investir faz uns seis meses e nós achamos que ele não tinha escolhido a gente, mas ele me ligou ontem e disse que quer jantar conosco e conversar sobre a assinatura do contrato.
- que ótimo e aonde eu entro?
- bom, ele disse que de todas as empresas tinha gostado mais da nossa pela responsabilidade e a credibilidade, mas ele disse que quer sabe r sobre a empresa conhecendo os funcionários e eu decidi que você é o funcionário que via nos acompanhar nesse jantar.
- você quer que eu vá para esse jantar e convença-o a assinar o contrato? Eu vou ser um prostituto! – falei em tom de brincadeira.
- não. Você só precisa responder o que ele te perguntar. Eu tenho total confiança em você eu sei que você gosta de trabalhar aqui e não vai dizer o que não deve apenas por vingança ou sei lá o que. Ele disse que não confia na palavra de homens e grandes investidores como eu ou qualquer um dos outros sócios e ele disse que quer a opinião de um funcionário comum, pois ele disse que a coisa que mais preza é o bem estar de seus funcionários. E ele vai querer sua opinião.
- tudo bem.
- não se preocupe. Não quero que você traia seu namorado.
- não tenho mais namorado... Quer dizer... Pelo menos até semana que vem não vou ter mais.
- por quê?
- eu vou terminar.
- o que aconteceu? – perguntou Adam.
- a pior coisa que pode acontecer em um relacionamento.
- traição – falou Adam.
- sim.
- sinto muito.
- não sinta. – falei.
- então, fica combinado? – perguntou Adam.
- fica sim. – respondi.
Eu sai da sala e sentei em minha cadeira.
- perfeito – falei. – agora é só eu marcar um encontro na quinta e mais uma vez faltar e então eu terei as filmagens.
No horário de almoço eu liguei para Charley e pedi para ele pegar alguns filmes e levar na quinta-feira a noite. Eu liguei para meu pai e pedi permissão para ele. Meu pai como sempre deixou sem pensar duas vezes.
Agora, estava marcado e tudo acontecia de acordo com meu plano. Agora o idiota do Charley e o babaca traidor do meu pai teriam o que mereciam. Eu então fui à procura de um apartamento para alugar, um que coubesse no meu orçamento. Até o fim do horário de almoço eu fiquei em dúvida entre dois apartamentos. Ambos ficavam á 20 minutos do trabalho, eu economizaria tempo e dinheiro das passagens que não mais pagaria e finalmente teria um lugar só meu.
A quinta-feira chegou e eu tinha levado minha roupa para que eu me trocasse no trabalho e não precisasse voltar em casa e atrapalhar a transa de Charley e meu pai.
Ás 17h40min Adam me ligou e pediu que eu fosse a sala dele.
- Mike, você faz um favor pra mim? Vai até a sala do Steve e entrega esses papéis pra mim?
- sim senhor – falei pegando os papeis.
- e então? Está preparado para o jantar de hoje?
- sim.
- ótimo. Não quero botar pressão, mas está tudo em suas mãos.
- agora sim eu fiquei mais tranquilo.
- depois que você voltar, você vem direto para minha sala para eu te informar alguns dados sobre o investidor e possível novo sócio.
- tudo bem.
Eu peguei os papéis e entrei no elevador. As salas de Steve e Gray ficavam no 18º andar. Eu desci e os estagiários ficaram me olhando e alguns deles me cumprimentaram, incluindo Sabrina a garota que tinha me substituído.
Eu fui até a sala de Steve e bati na porta.
- pode entrar – falou Steve.
- com licença eu vim trazer esses papéis.
Ele estendeu a mão e pegou os papéis e folheou rapidamente e colocou em cima da mesa.
- obrigado – falou ele voltando a futricar no computador.
Eu me virei para sair.
- está preparado pra hoje à noite? Sabe que o crescimento da empresa está em suas mãos.
- sim senhor - respondi
- sabe que se o contrato não for assinado essa noite a culpa vai ser sua não é mesmo?
- obrigado por me tranquilizar – falei um pouco arrogante.
- o que? – perguntou Steve.
- perdão. – falei.
- pode ir – falou Steve.
Eu caminhei e entrei no elevador e chegando no 20º andar eu fui direto para a sala de Adam que estava ao telefone, eu e me sentei e esperei ele acabar a conversa.
- ok então... sim... obrigado Steve – falou ele desligando o telefone. – o que aconteceu lá em cima? O Steve me ligou bravo dizendo que você o respondeu.
- perdão Adam, prometo que não via mais acontecer.
- o que aconteceu? – perguntou Adam.
- ele ficou me dizendo que se o contrato não for assinado hoje será minha culpa e que o futuro da empresa depende de mim, perdão pela arrogância, mas eu já estou nervoso o suficiente.
- o Steve é um babaca – falou Adam com a cara séria. – mas depois eu cuido dele.
- o que o senhor iria me dizer sobre ele?
- a partir de agora eu sou você. Eu não quero que você chame nenhum de nós cinco de senhor ou senhorita ou sei lá o que.
- tudo bem.
- bom. Eu só vou te falar algumas coisas sobre ele. O investidor do qual eu te falei é um homem muito rico, ele construiu a fortuna em pouco tempo ele recebeu a herança do pai ainda novo e ao invés de gastar atoa ele investiu na bolsa de valores e ganhou muito. Pra você ter uma ideia ele tem 38 anos, é três anos mais novo do que eu e a fortuna dele é provavelmente o dobro da minha.
- nossa – falei exclamando – acho que o Steve tem razão em me botar tanta pressão.
- ele parou de investir na bolsa de valores e agora quer investir em empresas e durante muito tempo ele visitou empresas em que ele possa investir.
- ele também é advogado?
- não. Ele é formado em Medicina.
- medicina? Ele é médico? – eu fiz a pergunta mais idiota possível. Desse jeito eu mostrava o quão preparado estava para o jantar.
- sim, ele não exerce a função em hospitais ele é médico particular, ele distribui cartões de visita e ele atende o paciente em casa. Como eu te disse ele quer encontrar um lugar para investor e aumentar seu dinheiro.
- qual a especialidade dele?
- Pediatria.
- se ele assinar ele vai trabalhar aqui?
- de certa forma sim. Ele não é advogado. Ele não vai trabalhar como eu ou os outros. Ele vai participar de todas as reuniões e vai ter direito ao voto nas tomadas de qualquer decisão que formos tomar.
- entendi.
- olha o cartão de visitas dele – falou Adam me entregando – Dr. Fritz Schulz Kröhling.
- ele é alemão?
- sim. – ele veio morar nos Estados Unidos com 17 anos junto com a família e o pai dele faleceu quando tinha 18.
- entendi. E desculpa perguntar, mas qual será a porcentagem de cada 1 depois da venda?
- bom. Como ele vai investir muito dinheiro as partes de cada um passam a valer quase o triplo então decidimos assim. Xavier 10%, Steve, Gray e Vanessa com 13% eu com 26% e Dr. Kröhling com 25%, dessa forma eu continuo sendo o sócio majoritário.
- entendi.
- pelo amor de deus Mike, se refira a ele sempre como Dr. Kröhling.
- e como diabos vou dizer isso? Dr. Kru... Kri... Dr. Kron…
- Dr. Kröhling – falou Adam. – Repete comigo: Dr. KRÖH-LING.
- eu vou ter que treinar falar o nome dele.
- tudo bem.
- tem mais alguma coisa que eu deva saber ou posso ir lá pra fora e se matar?
- deixa de bobeira, você vai conseguir.
- obrigado pela fé em mim. Bem diferente do Steve. – eu me levantei e sai da sala.
Depois que acabou o expediente eu fui até o 5º andar e me arrumei. Por volta dás 19h50min eu liguei para meu pai.
- filho? Aonde você está? Charley chegou faz 1 hora.
- pai, eu não vou poder ir. Vocês vão ter que assistir sozinhos.
- que merda filho, é a 3ª vez que isso acontece.
- não posso fazer nada pai o trabalho vem em primeiro lugar.
- eu entendo. O Charley quer falar com você
- passa pra ele – falei.
- oi amor – falou Charley.
- oi – respondi.
- você não via vir outra vez?
- não.
- que droga, estou com saudades suas.
- você me promete uma coisa? – falei.
- o que você quiser – falou Charley.
- promete que quando eu chegar em casa eu vou ter você na minha cama.
- eu prometo – falou Charley – pode ficar tranquilo que eu não vou embora, vou estar na sua cama quando você chegar. Você sabe mais ou menos a hora que vai chegar?
- não tenho certeza, mas acho que lá pelas 02h00min da madrugada.
- ok então. Eu e seu pai vamos tomar umas cervejas enquanto você trabalha.
- não me mata de inveja – falei.
- quando chegar me acorda – falou Charley.
- tudo bem – falei me despedindo com um beijo.
Meu pai provavelmente chegaria atrasado no dia seguinte, eles bebiam todas, fodiam a noite inteira e depois meu pai dormia um sono pesado de tão cansado. O pior de tudo é pensar que Charley nunca quis transar comigo sem camisinha com a tal história do primo que pegou AIDS e pro meu pai ele dava o rabo sem camisinha.
Que ódio que eu tinha daqueles dois, mas agora estava tudo pronto, só faltava os dois transarem e eu teria a prova de que precisava.
O Jantar estava marcado ás 21h00min em um restaurante grã-fino, um dos melhores e mais caros da cidade. Eu fui de carona com Adam e no caminho falamos sobre o que a noite prometia.
- é muito dinheiro envolvido – falou Adam parando no sinaleiro.
- eu imagino.
- pra você ter uma ideia Mike eu estou vendendo quase metade das minhas ações porque mesmo com metade o valor delas vão triplicar. – falou Adam – a empresa vai crescer bastante.
- eu vejo que tenho uma responsabilidade nas mãos.
- Mike, juro que se você conseguir essa noite eu te dou um beijo na boca.
- que é isso. – falei tentando mudar de assunto. – não quero essa oferta.
- haaaa, para com isso Vai dizer que não vai querer?
- vejamos a outra proposta ai eu penso. – falei.
- para de disfarçar você quer um beijo meu faz tempo – falou ele – eu sei que você gosta de mim.
Eu senti um calafrio no corpo quando ele disso aquilo.
- tá ficando doido? – falei tentando parecer brincalhão e levando na brincadeira o que ele disse.
- Mike eu sou advogado entender e perceber o que as pessoas querem e precisam é meu trabalho. Você é caidinho por mim. Eu sei que pode parecer clichê o gay se apaixonar pelo amigo hetero.
Eu fiquei sem graça quando ele disse isso e não consegui responder eu apenas olhei a paisagem virando o rosto.
- não fica sem graça, eu não importo, na verdade fico honrado.
Eu não disse nada, estava muito envergonhado.
- pelo amor de deus não fica calado me deixando falar sozinho, eu acertei ou apenas estou me achando demais?
Eu criei coragem e olhei para frente e falei.
- acertou.
- não fica com vergonha – falou ele – eu sei que você não escolhe por quem se apaixonar, pra você deve ser pior que vai ter que conviver com essa paixão até ela desaparecer.
- verdade – falei.
- mas é o seguinte, essa é sua motivação, se você conseguir eu te dou um beijo.
- é o meu trabalho – falei – não quero que me de nada.
- deixa de bobeira, só estamos nós dois aqui. Eu já te disse que te considero um amigo, você não me considera?
- considero.
- pois bem, se você conseguir que ocorra tudo bem essa noite eu te dou um beijo, mas não é um selinho não, te dou o beijo que você merece. Vou te dar o beijo que vai fazer você esquecer seu namorado babaca que te traiu.
Minhas pernas começavam a tremer com aquele assunto.
- tudo bem – respondi.
- tudo bem – falou ele. – fica combinado.
Nós finalmente chegamos á porta do restaurante e assim que saímos o manobrista pegou a chave com Adam estacionou o carro. Nós entramos no restaurante e vimos Steve, Gray e Vanessa sentados à mesa.
Nós fomos até eles. Nos cumprimentamos e conversamos um pouco para quebrar o gelo.
- quantas horas? – perguntei nervoso.
- 21h10min – falou Gray.
Eu respirei fundo.
- acho que não vou conseguir. Eu fiquei a tarde inteira treinando o nome dele: Dr. Kröhling e se quando eu disser eu pronunciar errado? Eu sou judeu, vocês sabem o que aconteceu da última vez que um alemão ficou irritado com um judeu.
- relaxa – falou Xavier. – vai se sair bem.
Eu não tinha ido de terno a pedido de Adam, isso me faria parecer mais confortável e menos um homem de negócios.
Eu todos olharam para entrada de repente eu olhei vendo um homem entrar pela porta. Ele veio em direção ao nossa mesa com um sorriso no rosto. Um homem de pele branca, olhos azuis, cabelos loiros bem claros e uma barba da mesma cor. Seus dentes eram lindos e os caninos pontudos o que deixava ele com um sorriso muito atraente. Ele veio em nossa direção. Dr. Fritz – falou Adam se levantando e apertando a mão dele.
- há quanto tempo – falou Fritz.
Todos se levantaram e o cumprimentaram. Inclusive eu.
- boa noite – falei.
- boa noite – falou ele apertando minha mão. Ele tinha claramente o sotaque alemão.
Todos nos sentamos. A ordem na mesa ficou a seguinte Adam-Gray-Steve-Vanessa-Mike- Xavier-Fritz-Adam. A conversa logo começou.
- então – falou Fritz – imagino que já tenham comido e que já querem falar de negócios.
Todos riram.
- claro que não – falou Adam rindo.
- não me venham com essa – falou Fritz em tom de brincadeira – vocês grandes homens e mulheres – falou olhando para Vanessa – de negócios só pensam em suas empresas e aumentar os lucros.
- nós pensamos também em uma boa refeição – falou Gray.
- vamos pedir algo para beber. – falou Xavier pegando o menu e logo todos a mesa fizeram o mesmo.
Cada um escolheu sua bebida e eu claro, não pedi bebida alcoólica.
Todos conversavam sobre tudo, negócios, família, dinheiro, comida e eu tentava me concentrar no que diria para Fritz quando ele se dirigisse a mim, mas a conversa com Adam no carro também vinha a minha mente de vez em quando e eu viajava em minha mente até que a conversa chamou minha atenção.
- e então Adam, você trouxe o funcionário que eu te pedi?
- sim – falou Adam me mostrando – esse é Mickey, meu assistente, ele trabalha comigo a cinco anos.
Eu dei um sorriso quando todos olharam pra mim.
- Mickey? – falou Fritz. – igual ao desenho animado?
- ele já deve ter ouvido isso muitas vezes – falou Steve fazendo todos rirem. Pela primeira vez na noite ele tinha feito algo de bom pra mim fazendo com que todos se descontraíssem um pouco, eu torcia para não precisar dizer o nome dele.
- Mike, você trabalha há cinco anos para eles?
- sim senhor.
- o que você pode me dizer? Você aprendeu muito todo esse tempo na empresa?
- é o meu primeiro emprego senhor. Tudo o que aprendi foi na trabalhando com eles.
- isso é bom. Criar raízes. – falou ele sorrindo pra mim. – esse rapaz Adam – falou ele apontando pra mim – é ele que vai me fazer mudar de ideia sobre vocês. O que ele me disser hoje vai pesar muito na minha decisão.
Até Fritz jogava a responsabilidade de tudo em mim.
Logo o garçom veio para anotar os pedidos. Todos disseram o que queriam e eu como nunca tinha comido lá, pedi ao garçom que me fizesse uma recomendação e ele me falou sobre uma comida que tinha carne de porco.
- tem algo que não tenha sido feito com carne de porco? Na verdade eu preciso que você me garanta em nada que eu pedir tenha vestígios de porco. Eu não posso, sou judeu – falei isso olhando para todos os lados menos para Fritz, ele é alemão e poderia levar aquilo como uma indireta.
Logo fiz o pedido e todos voltaram a conversar. Eu ficava apenas com um sorriso no rosto concordando com tudo o que eles diziam, eu ria quando eles riam, ficava sério quando o eles ficavam sérios, aquela cena parecia uma piada.
A comida chegou e logo que comemos todos pediram algo para beber, não sei o nome, mas Fritz recomendou um vinho que custava um mês de salário meu e claro, Adam fez o pedido.
Logo que o vinho chegou o garçom serviu para todos, mas na hora de colocar na taça de Fritz ele disse que não queria.
- perdão, eu não vou beber com vocês, agora vocês vão ter que dar licença para mim e para Mickey, nós iremos nos sentar no bar para conversarmos.
Eu arregalei o olho, mas logo voltei ao normal.
- claro – falou Adam. – fiquem a vontade.
Eu me levantei quase que tremendo, mas eu tentava me controlar.
Nós andamos em direção contrária do restaurante e nos sentamos no bar um do lado do outro.
- um Martini por gentileza – falou Fritz.
- um água com gás. – falei.
- água? Nós vamos falar de negócios e você nem vai beber comigo? Eu preciso ser convencido, você vai me convencer se beber junto comigo.
- tudo bem. – respondi.
- outro Martini, por favor – falou Fritz. – então Mickey. Posso te chamar de algum outro nome?
- Mike – respondi.
- ok Mike, você podem e chamar de Fritz também, não é porque eles são ricos e donos da empresa que eles têm o privilégio de me chamar pelo nome.
- tudo bem.
O barman trouxe os Martines.
- com licença, eu posso fumar aqui? – perguntou Fritz para o barman e ele disse que sim.
Fritz pegou a carteira de cigarros, colocou um na boca e acendeu.
Eu fiquei olhando pra ele, fazendo aquilo e quando ele me olhou eu disfarcei.
- o que foi? – perguntou ele – você por acaso tem asma ou algo?
- não é isso.
- o que foi? – perguntou ele.
- não é nada.
- pode falar, estamos longe deles eu sei que eles devem ter te mandado me chamar formalmente e ser o mais direto possível. Fica tranquilo, eu não sou um bicho.
- é que, o senhor não é médico?
Ele assoprou ao fumaça e olhou para mim.
- bom, acho que acabei de perder um possível paciente. – falou ele com um meio sorriso.
- perdão por me intrometer. – falei.
- relaxa – falou ele. – eu já te disse não sou um bicho, não vou te morder.
- ok – falei.
Nós tomamos um gole do Martini e ele repousou o cigarro no cinzeiro.
- então Mike. Você trabalha cinco anos para eles?
- sim.
- você se arrepende de trabalhar para eles? Você mudaria de emprego?
- não senhor, pra ser sincero, nem por uma oferta de salário maior, como o senhor disse eu já criei raízes.
- que bom, isso mostra que você é uma pessoa de confiança – falou ele pegando o cigarro outra vez. – sabe porque eu insisti em fazer isso? Conhecer um funcionário deles?
- não senhor.
- eu penso o seguinte, em uma empresa, quem deve estar sempre satisfeito?
- o cliente? – falei me arriscando.
- não. Os funcionários. Raciocine comigo – falou dando uma tragada e assoprando a fumaça e em seguida apagando o cigarro. – se pensarmos sempre em tratar bem o cliente esquecemos dos funcionários e isso prejudica a empresa internamente e logo reflete de fora. Se os funcionários estiverem sempre satisfeitos e trabalharem com amor eles vão sempre estar motivados a fazer o melhor e tratar bem o cliente.
- o senhor está certo, dessa maneira não ficamos focados em apenas um deles esquecendo do outro.
- exatamente – falou tomando um gole do drink e eu fiz o mesmo.
- você tem quantos anos? – perguntou Fritz.
- 22.
- você parece ser um rapaz maduro e responsável para sua idade, está de parabéns.
- obrigado.
- sabe o que eu achei incrível? Eles deixarem você sentar a mesa com você. Posso te contar um segredo?
- pode – falei.
Eu fiz isso com todas as empresas que eu visitei. Disse que tinha gostado delas, marquei um encontro nesse restaurante e pedi um funcionário, essa é a primeira empresa em que o funcionário está sentado á mesa sendo tratado como igual. Nas outros o funcionário geralmente estava aqui no bar ou então ainda não tinha chegado.
- sério? Pra mim isso é tão normal, eles nunca me trataram diferente, especialmente Adam, meu chefe, ele sempre me tratou muito bem.
- sabe, talvez vocês sejam a última empresa que eu faço isso.
Eu dei um gole e um sorriso me sentindo satisfeito.
- só tem mais uma coisa – falou ele.
- o que? – perguntei.
- eu disse para Adam que daria a resposta em duas semanas, se eu compraria as ações ou não, mas eu posso dar a resposta hoje mesmo.
- seria perfeito – falei.
- depende de você – falou Fritz.
- o que eu poderia fazer?
- jantar comigo. – falou ele.
Eu fiquei sem entender. E não disse nada por alguns segundos.
- jantar? – perguntei.
- sim. Eu sei que isso pode parecer antiprofissional, mas estamos só nós dois aqui. Eu gostaria que você aceitasse jantar comigo semana que vem.
Eu olhei bem pra ele e foi ai que eu percebi que ele era gay e estava dando em cima de mim.
Eu namorei Charley por tanto tempo que fiquei enferrujado em paqueras.
Nós estávamos sentados um de frente para o outro com os braços em cima do balcão. Eu com o braço direito e Fritz com o braço esquerdo.
- então. Posso assinar o contrato agora e marcar em minha agenda um jantar?
- pode – falei com um sorriso no rosto.
Disfarçadamente ele chegou sua mão perto da minha e colocou a mão por cima da minha e ficou acariciando ela.
Eu estava envergonhado, mas não podia negar que estava gostando.
- só quero deixar bem claro uma coisa – falou Fritz.
Foi quando eu percebi que talvez aquele fosse um teste. E se ele estivesse conferindo se eu saia com os chefes por aumento e outras coisas, mas agora já era tarde o jeito era escutar o que ele tinha a dizer.
- o que? – perguntei.
- deixo bem claro que você jantando comigo ou não eu vou assinar o contrato hoje com eles. Não precisa aceitar o jantar pensando que eu não irei assinar. Eu vou ser sincero, eu gostei de você, sua simplicidade, o seu jeito, fiquei interessado em você quero que você aceite jantar comigo pelo mesmo motivo.
Eu olhei para ele profundo nos olhos e dei um meio sorriso.
- sim. Eu também gostei de você.
- ótimo – falou ele tirando a mão de cima da minha e pegando um cartão de visitas dele e uma caneta no bolso.
- me fala seu número – falou ele.
Eu falei meu número e ele anotou e colocou no bolso.
- fica com essa caneta pra você – falou ele me entregando. – ela tem meu número, pode me ligar se quiser.
- tudo bem – falei com um sorriso colocando a caneta no bolso.
Ele se levantou e nós fomos até a mesa. Todos olharam para nós dois a medida que nos aproximávamos.
- o vinho está bom? – perguntou Fritz.
- eu amei – falou Vanessa.
- você recomendou o certo. – falou Gray.
- vocês trouxeram o contrato? – perguntou Fritz fazendo todos naquela mesa ficarem sóbrios.
- sim – falou Vanessa pegando uma pasta que ela trouxe e tirou o contrato de dentro e entregou para ele.
- deixa eu me apoiar em suas costas – falou Fritz.
Eu fiquei de costas e ele colocou o contrato nela.
- me empresta a caneta que eu te dei.
Eu peguei a caneta no meu bolso e entreguei pra ele.
Ele apoiou o contrato nas minhas costas e eu o senti visitando todas as folhas e na última ele assinou. Ele apertou o botão da caneta preta com detalhes dourados fazendo a ponta desaparecer e me entregou.
- prontinho.
Adam se levantou e apertou a mão dele.
- bem vindo – falou Adam e todos se levantaram e apertaram a mão dele.
Logo eles pediram a conta e todos praticamente rolaram no chão para decidir quem pagaria a conta.
Eu estava desconcertado com o que tinha acontecido no bar. Parece que o perfume que ele usava tinha ficado em meu nariz.
Logo nos levantamos e fomos até a porta. O relógio marcava 00h22min.
- infelizmente nossa noite acabou eu realmente gostei da empresa de vocês – falou Fritz.
- obrigado pela confiança. – falou Steve.
- segunda-feira então ás 09h00min você vem ao meu escritório para revermos os últimos detalhes do contrato. – falou Adam.
- tudo bem – falou ele apertando a mão de todos e logo o manobrista trouxe o carro dele. ele logo partiu e quando ele se foi todos me parabenizaram.
- você conseguiu – falou Steve.
- parabéns – falou Adam.
- obrigado – respondi – confesso que estava muito nervoso, mas no fim deu tudo certo.
- o que vocês conversaram? – perguntou Gray.
- infelizmente ele pediu sigilo.
- não importa – falou Xavier – o que importa é que você conseguiu.
- você foi responsável por isso – falou Adam – essa nova fase aconteceu graças a você – falou Adam.
- obrigado.
Logo todos se despediram e Adam iria me levar em casa. Tudo o que eu conseguia pensar era em Fritz, eu nem tinha terminado com Charley ainda e já tinha pretendentes. Eu nem lembrava como namorar, paquerar nada disso. Do meu antigo namorado para Charley eu fiquei apenas três dias solteiro, ou seja, fazia quatro anos que não ficava solteiro. Afinal, aquela noite tinha valido a pena. E assim que entrei no carro Adam me parabenizou outra vez e logo começou a dirigir a caminho de casa. E foi quando o eu lembrei da proposta que ele tinha me feito.
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