BY: MisteryonMcCormick CAPÍTULO OITO
Em Tentação
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Eu fiquei sentado ao lado de Adam e de Charley. Charley se sentou ao lado de Gray. Meu pai se sentou ao lado de Adam e Steve. Steve se sentou ao lado de Vanessa. Vanessa se sentou ao lado de Denny e Denny ao lado de Gray.
Eu não quis beber mais cerveja e pedi bebidas sem álcool enquanto todos os outros bebiam, menos Charley que não tinha bebido uma gota de álcool.
- pai não bebe muito se não quero ver quem vai dirigir.
- eu não bebi tanto assim filho – falou ele.
- pai essa semana, quarta, eu cheguei em casa e você estava desmaiado na cama.
- eu não sei o que aconteceu. Eu não me lembro de ter bebido tanto.
- não se preocupe Mike, eu não vou beber justamente para nos levar para casa. – falou Charley interrompendo meu pai.
- vocês se conhecem há quanto tempo? – perguntou Adam.
- a um ano de quatro meses – respondi. – foi o Denny que nos apresentou.
- vocês pensam em se casar? – perguntou Steve.
- o que é isso Steve, eu sou muito novo. – respondi.
- não sei por que. – falou Steve.
- eu é que não sei por que, você tem 34 anos e ainda não se casou. – falei.
- é porque eu ainda não encontrei a pessoa certa.
- o Mike está certo – falou meu pai – está muito novo. Não dê ideias para meu filho Steve – ele disse isso e todos riram.
Conversa foi rolando e quando olhei no relógio, já marcava 22h40min. Adam tinha parado de beber a mais ou menos 40 minutos. E os outros agora bebiam bem devagar e bebiam batidas, bebida tropical e outras coisas mais leves.
Denny conversava com Gray e meu pai conversava com Adam, Vanessa e Steve. Eu e Charley estávamos conversando sobre o “presente” que eu tinha recebido e o adverti para que não contasse ao meu pai.
- porque você não vai dançar? – perguntou Gray pra mim;
- eu não! – falei vendo as pessoas dançando uma música bem agitada. – eu não sei mexer meu corpo.
- na pista de dança não existe regras – falou Steve.
- exatamente por isso eu não vou, sabe-se lá o que vai acontecer quando eu entrar lá.
Nós continuamos conversando e depois de alguns minutos começou a tocar uma música lenta.
Alguns casais se formaram na pista de dança dançando agarradinhos.
- agora você pode ir dançar a canção está lenta e a pista de dança agora tem regra, tem que dançar agarradinho.
- gente para de querer me jogar pra pista de dança, estou começando a pensar que vocês querem se livrar de mim.
- é seu aniversário você precisa dançar – falou Vanessa. – não precisa de se preocupar as pessoas não vão jugar você por estar dançando com outro homem.
- gente não é isso, é que eu realmente não quero dançar.
- via lá Charley, convence ele – falou Denny.
- Vamos amor, se não eles não vão te deixar em paz – falou Charley.
- tudo bem – falei.
Eu e Charley nos levantamos e fomos até a pista de dança que não ficava muito longe de onde nos sentávamos. Ficava a mais ou menos 6 metros de distância da mesa.
Nós chegamos e eu o abracei dentando a cabeça em seu ombro enquanto ele colocava suas mão em minha cintura alisando minhas costas.
- obrigado por ter vindo. – falei.
- por quê? É claro que eu iria vir. – falou Charley.
Eu fechei os olhos ouvindo a uma balada antiga e muito linda.
- ano passado eu te chamei para comemorar o meu aniversário em casa e você não quis vir. – falei.
- nós estávamos namorando há pouco tempo. Eu fiquei envergonhado.
- esquece isso – falei olhando pra ele e dando um selinho. – o importante é que estamos juntos e estamos aqui e agora.
Dançamos até o fim abraçados e depois de alguns minutos a canção chegou ao fim.
- vamos – falou Charley – acho que agora eles vão parar de te enjoar com essa história de dança.
Nós fomos em direção a mesa, mas antes que eu me sentasse Adam se levantou.
- aonde você pensa que vai? – perguntou Adam.
- eu já dancei. Agora meu aniversário é oficial.
- sim, dançou, mas não dançou comigo.
- e nem vou – falei em tom de brincadeira.
- que isso vai lá. – falou Gray.
- vai você – respondi.
- porque não quer dançar comigo? - falou Adam e logo bateu a mão no ombro de Charley – eu posso? – perguntou Adam para Charley.
- claro – falou Charley.
- gente, mais uma vez, eu estou aqui.
Adam veio até mim.
- se levanta. – falou Adam
Eu me levantei e nós fomos andar até a pista de dança.
- por favor, não faça isso. Tem algumas pessoas do escritório aqui. As fofocas vão começar outra vez. – falei chegando á pista de dança.
- então teremos outras demissões em massa – falou Adam.
- você não pode ficar mandando todo mundo embora por causa de mim.
- na verdade, eu posso. – falou Adam.
Assim que acabamos de nos falar começou a tocar outra música lenta. “Total Eclipse of the Heart” de Bonnie Tyler. Quando a canção começou os casais se formavam na pista de dança. O clima era de romance, não entre mim e Adam, mas na pista de dança.
- como nós vamos... dançar? – perguntei sem jeito.
- do mesmo jeito que você dançou com seu namorado.
- você não se importa? – perguntei – do que as pessoas vão pensar de você? Elas vão pensar que você é gay.
- eu não me importo.
- mas a gente só dança agarradinho quando está com o namorado ou namorada, sei lá...
- se não quer dançar comigo é só falar – falou Adam.
- não! Eu quero! – falei interrompendo ele.
- então admite que quer dançar comigo? – falou Adam com um sorriso.
- nós podemos dançar como se fosse valsa. – falei.
- vai ser ridículo Mike, para de bobeira dança comigo agarradinho. Seu namorado deixou, não precisa ficar com medo.
Ele se aproximou e colocou as mãos na minha cintura e eu coloquei as mãos no ombro dele e ficamos olhando um para o outro balançando lentamente de um lado para o outro e girando lentamente.
- bem que você disse que gosta de barbas – falou Adam – seu namorado tem uma barba, não é tão bonita quanto a minha, mas é uma barba – falou Adam rindo.
- eu te disse.
Nós dançamos mais um pouco e logo eu perguntei.
- você realmente não se importa?
- veja Mike – falou ele olhando para os outros casais e eu percebi que havia mais dois casais de homens e 1 casal de duas mulheres. – isso é mais normal do que você pensa e como eu te disse antes, eu sempre quis ter um amigo gay e você apareceu na hora certa.
- você me considera realmente um amigo? Pensei que tinha dito aquilo porque estava com pena de mim por tudo o que aconteceu.
- claro que não – falou Adam – não estava com pensa de você eu realmente te considero meu amigo e gostaria que você me considerasse também.
- tudo bem então – falei.
Logo a canção acabou e nós voltamos para a mesa.
- então, quem dança melhor? – perguntou Steve.
- por favor, Steve, não me diga que também vai querer uma dança?
- se você for bonzinho o resto da noite eu não peço.
Todos deram uma risada.
Eu fiquei aliviado quando a música acabou eu estava começando a ficar excitado e talvez fizesse uma besteira. A noite continuou e eu olhei no celular e já era 01h42min da madrugada. Adam voltou a beber com o restante.
- gente... agora que eu percebi... Adam onde está seu irmão?
- ele não pode vir. Sabe como é a vida de casado, a esposa conta nas decisões, mas eu quase ia me esquecendo, ele mandou seu presente – ele disse isso colocando a mão no bolso e tirou um envelope e me entregou.
Eu abri o envelope e dentro tinha uma carta escrita à mão desejando feliz aniversário e junto em cheque dobrado. Eu olhei o valor e eu com as vistas um pouco embasadas afastei um pouco do rosto.
- eu devo estar vendo embasado – falei vendo o valor do cheque. – não é possível. Adam será que você não me entregou o envelope errado?
- deixe eu ver – falou Adam pegando e olhando.
Ele olhou o envelope, virou do outro lado de virou novamente para o valor.
- não, está certo, é a assinatura dele. Ele me entregou o envelope selado.
- gente será que ele está achando que eu vou processar vocês pelo o que aconteceu? – perguntei atordoado.
- o que aconteceu? – perguntou meu pai.
Nessa hora já era tarde demais para voltar atrás.
- claro que não. – falou Adam me entregando o envelope.
- desculpe, mas eu não posso aceitar- falei me recusando a pegar o envelope. – em fato eu fico até um pouco ofendido com o valor.
- que é isso – falou Adam – tenho certeza que essa não foi à intenção dele.
- então porque ele daria pra praticamente um desconhecido um valor desses?
- você não é desconhecido – falou Adam.
- sem querer ofendê-lo, mas eu não vou aceitar esse presente.
Eu peguei o envelope tirei a carta escrita à mão e dei o envelope vazio de volta para Adam.
- eu fico com a carta que foi escrita por ele, mas eu não posso e não vou aceitar esse dinheiro.
- de quanto estamos falando? – falou Vanessa pegando o cheque e olhando o valor. Ela e Steve arregalaram os olhos quando viram o valor. – nossa é realmente muito dinheiro.
Adam pegou o cheque e colocou no envelope.
- quer saber? Eu vou ligar para meu irmão pra saber dele o porquê do dinheiro, mas eu tenho certeza que ele só quis te dar um presente – falou Adam se levantando.
- pelo amor de deus, não vai acordá-lo 02h00min da madrugada por causa disso.
- não tem problema – ele pegou a carteira de cigarros e o celular e saiu do restaurante.
- o que aconteceu? – perguntou meu pai.
- a gente conversa sobre isso em casa pai.
- tudo bem – falou ele tomando outro gole.
- gostou do colar? – perguntou Denny.
- eu adorei.
- eu também ia trazer um ramalhete de flores azuis, eu sei que você adora, mas eu acabei me esquecendo.
- você sabe né?
- sobre o que? – perguntou Denny.
- sobre as flores azuis? Sobre eu gostar de flores azuis?
- claro. – falou Denny - por quê?
- nada, é que eu tinha me esquecido que você sabe sobre esse assunto.
Logo Adam voltou para dentro.
- ligou para ele? – perguntei.
- sim, ele vai vir aqui.
- não acredito que você fez seu irmão vir até aqui por causa disso.
- ele se ofereceu para vir. – falou Adam.
- ele é acostumado – falou Steve – já que ele está vindo aproveita e pergunta pessoalmente o porquê do presente.
- tudo bem – respondi.
As músicas continuavam tocando a todo o vapor, parecia que a noite não tinha fim, à medida que as horas passavam ao invés do local esvaziar ele enchia. Eu dividia um Martini com Charley.
Por volta dás 02h36min Xavier entrou no restaurante.
- boa noite para vocês - falou ele cumprimentando todos.
- boa noite – respondi apertando a mão dele meio envergonhado.
- Mike, eu queria falar com você em particular, posso? – perguntou Xavier.
Enquanto me levantava Xavier pegou o envelope com Adam e todos nós saímos do restaurante.
- eu preciso que você aceite o presente – falou Xavier.
- eu não posso. Eu não processar vocês pelo o que aconteceu, erros acontecem. Se o Hunt leu minha lista foi azar.
- Mike é claro que eu não estou te dando esse dinheiro com medo de processo, pelo amor de deus, não é isso.
- então por que esse valor no cheque? Isso é muito mais do que eu recebo em três anos.
- eu não tenho motivos pra te dar esse valor, eu apenas estou te dando um presente. Eu estou sendo sincero com você. Pode aceitar sem medo, não tem nada haver com o que aconteceu hoje.
- olha, eu não vou me sentir bem aceitando esse dinheiro, por mais que você diga que não tem nada haver se eu aceitar eu vou me sentir mal.
- Mike, eu realmente gosto de você, você é um rapaz bom e trabalhador, você merece o presente que eu estou te dando. Se você não aceitar eu vou ficar muito magoado, vai partir meu coração.
Eu olhei para o envelope e olhei nos olhos dele e depois para o envelope.
- posso te perguntar uma coisa? – falei.
- pode.
- você ouviu a conversa que eu tive com meu pai no telefone essa semana não ouviu? – perguntei.
Quinta-feira, 13h10min no estacionamento da “Partners Advocacy”.
Eu estava no horário de almoço e depois que comi algo decidi ir para o estacionamento da empresa que era um lugar quieto, pois eu precisava falar com meu pai.
Eu me sentei na escada de incêndio e disquei o número meu pai e esperei chamar.
- pai? Agora eu posso falar.
- filho, o banco ligou outra vez.
- o empréstimo que o senhor tentou fazer? Não deu certo?
- não – respondeu meu pai – eu liguei hoje e eles não aceitaram fazer o empréstimo, mas que banco faria empréstimo para um homem que está perdendo a casa? Especialmente para mim que não tenho trabalho fixo.
- eu posso fazer um empréstimo – falei.
- não vou deixar você fazer isso – falou meu pai.
- quanto tempo o banco deu para pagar?
- 1 mês para pagar pelo menos 50% da dívida
- qual o valor? – perguntei.
- 100 mil – respondeu meu pai.
- 100 mil? não se preocupe, nós não vamos perder a casa eu vou pensar em algo. Eu tenho algum dinheiro no banco...
- não. Não quero que mecha no seu dinheiro, você trabalha tanto para juntá-lo. Eu é que deveria pagar essa divida. Eu é que deveria cuidar de você filho. Eu deveria ser sua rocha seu porto seguro.
- deixa de ser orgulhoso pai. Não tem jeito. Na segunda-feira eu vou pegar todo o dinheiro que eu tenho no banco, tenho mais ou menos 20 mil, deve dar pra pagar pelo menos um pouco da divida e na segunda o senhor vai ao banco conversar com eles e pede mais prazo, até lá eu arranjo com meu outro banco um empréstimo. Eu pago direitinho, tenho emprego fixo, eles devem liberar.
- prometo te pagar – falou meu pai.
- eu prometo não aceitar nenhum centavo. – respondi. – beijo pai.
Eu desliguei o telefone e fiquei pensando em como meu pai era um homem orgulhoso, mas eu iria fazer o que era certo, ele querendo ou não.
- sim. – respondeu Xavier. – me desculpe, mas eu ouvi. Eu estava descendo as escadas e ouvi você conversando.
- eu não posso aceitar esse dinheiro.
- era para o Adam te entregar esse presente em particular. Meu irmão é mesmo burro. – falou Xavier.
- é muito gentil, eu realmente agradeço, mas eu não posso aceitar.
- você vai aceitar Mike. Tem o valor que você precisa para quitar sua dívida. Não precisa ficar envergonhado. Ninguém nunca via saber o motivo por eu ter te dado esse dinheiro.
- com certeza todo mundo deve estar atordoado, pois o cheque passou de mão em mão lá dentro.
- como o Adam é idiota às vezes – falou Xavier – eu mandei ele te entregar em particular e ele praticamente exibe como se fosse um museu.
- mais um motivo para eu não aceitar.
- eles não sabem o porquê. Não interessa o que eles pensam. Aceite, eu estou te dando de todo coração.
Minha mão começou a tremer eu não queria pegar o dinheiro, mas ao mesmo tempo eu precisava.
Xavier dobrou o envelope e colocou no meu bolso.
- pronto é seu – falou ele.
- obrigado – falei caindo em lágrimas.
- que é isso, não precisa chorar – falou Xavier me abraçando.
- eu vou pagar cada centavo. – falei soluçando.
- não vai mesmo – falou Xavier – é meu presente pra você.
- você não sabe o medo que eu estava de perder a casa. O lugar aonde eu vivi toda minha vida com meu pai e minha mãe. Cada lugar naquela casa me trás uma lembrança diferente.
- não precisa se preocupar mais – falou ele afagando minhas costas.
- você precisa de uma explicação.
- não preciso de nada – falou ele me soltando e eu me afastei um pouco limpando as lágrimas.
- é o mínio que eu posso fazer. – falei. – meu pai e minha mãe sempre tiveram vontade de ter um filho e por azar do destino tanto minha mãe como o meu pai eram estéreis. Eles então decidiram adotar, afinal o sonho dos dois sempre foi terem um filho, mas eles não podiam ficar muito velhos ou nunca seriam selecionados para adoção e para facilitar essa parte eles precisavam ser muito bom financeiramente. Meu pai ficou louco tentando comprar uma casa e fez um empréstimo com um amigo de muitos anos que ele tinha. Eles combinaram a forma de pagamento e o amigo do meu pai emprestou o valor de comprar a casa. Só que dois anos depois do empréstimo o “amigo” do meu pai começou a pressioná-lo para fazer o pagamento de uma vez. E meu pai disse que pagaria como combinado. O tal amigo ameaçou a vida da minha mãe e a minha, afinal esse amigo era um agiota que devia outra pessoa.
Meu pai desesperado pela vida da minha mãe e a minha, foi ao banco e fez o empréstimo. O que um homem não faz pela família. Ele fez o empréstimo e pegou emprestado no banco e pagou tudo para o amigo. Ele pagou o banco certinho, todo o mês. Quando faltava apenas 10 mil para quitar a divida, pouco mais de 1 ano atrás, ele perdeu o emprego e como meu pai é um homem orgulhoso ele não me disse nada. Ele ficou um ano sem pagar e acabou que os 10 mil viraram 100 mil. Ele voltou a trabalhar há pouco tempo e eu só descobri essa história porque eu abri uma correspondência dele e o pressionei a me contar tudo.
- seu pai agiu certo ele fez o que foi possível pela família.
- meu pai é um home incrível, ele não me contou nada, se tivesse me contado eu teria diminuído as despesas em casa e teria pagado a divida por ele, mas meu pai é muito orgulhoso, ele não quis me contar.
- agora fica tranquilo, vai ao banco e paga a divida.
- eu vou ser grato toda a minha vida.
- não precisa.
- o que eu digo sobre o valor?
- diz que eu te entreguei o cheque errado.
- tudo bem.
- eu já vou indo – falou Xavier.
- obrigado. – falei colocando o cheque no meu bolso.
- por nada. Te vejo na segunda – falou Xavier.
- até – respondi entrando no restaurante.
Eu me sentei à mesa e expliquei que ele realmente tinha me entregue o cheque errado e que na segunda me daria o certo.
Ás 04h00min da manhã resolveram ir embora e Charley foi dirigindo. Eu fiquei pensando em tudo o que tinha acontecido naquela noite. Adam dançando comigo, o presente de Steve, o beijo de Gray e o cheque de Xavier.
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