BY: CariocaPancado
º Não sei ao certo como tudo começou, mas trago na memória muitos bons momentos que passei com aquele surfistinha gostoso, quando eramos apenas garotos.
º Tudo aconteceu quando eu tinha 10 anos, e ele 13, então não posso dizer que foi um abuso por essa diferença pequena de idade, até porque, me lembro bem de que inúmeras vezes, eu que o chamava para ser meu parceiro nos 'piques' e demais brincadeiras que os moleques daquele tempo curtiam brincar.
º Mas o que eu quero contar hoje, é como depois de 25 anos, o nosso reencontro foi algo muito melhor e intenso do que aqueles inocentes momentos de 'mostra o seu, que eu mostro o meu' ou o clássico "esfrega a cabeçinha e depois é minha vez" que tanto fizemos sem nem sabermos direito o que era sexo, e muito menos essa coisa de rótulos que hoje as pessoas tanto usam para classificar pessoas e seus gostos e/ou orientações.
º Estava eu no Rio, visitando minha família, pois como já relatei anteriormente moro em uma cidade do litoral de São Pualo, e mantenho um escritório de Arquitetura, que sou formado, na Pompéia em Santos.
º Pra quem não leu meus contos anteriores, Sou Nicolas, tenho 35 anos, sou branco, cabelos castanho, olhos verdes, um corpo legal sem exageros de academias. E não que me preocupe com isso, mas como já ouvi inúmeras vezes, não aparento a orientação sexual que tenho.
º Voltando ao reencontro, estava eu na portaria do prédio onde cresci e onde minha família reside até hoje, quando escuto alguém falar: "Mas que surpresa boa, meu velho amigo de tantas aventuras! Como tu tá "Nicóla?".
º Reconheci a voz e me virei com um sorriso no rosto, e com tantas boas memórias que no mesmo instante brotaram em minha mente e me deparei com ele. O maior de todos os mus sonhos eróticos, de bermuda, camiseta e chinelos, apesar de estarmos com vinte e cinco anos a mais, naquele momento Maurício, ou Cebola, como o chamávamos me pareceu o mesmo moleque com quem descobri tantas coisas e que foi um dos meus melhores amigos, até ir morar com o pai nos Estados Unidos.
º Nos abraçamos e inevitavelmente me excitei e por um segundo acho que ele também, e ainda abraçados como velhos amigos ele falou: "Está de volta? Perguntei uns dias atrás por você quando encontrei sua mãe no elevador!"
º Respondi que estava apenas visitando a coroa, mas que ia ficar uns dias, e que se ele tivesse um tempo livre podíamos tomar uma cerveja pra relembrar os velhos tempos. Nessa hora ele com o braço no meu ombro, como fizemos tanto quando moleques, me disse que sua mãe havia viajado com a irmã dele e que se eu quisesse podia passar lá no apartamento dele pra gente 'ver um filme'.
º 'Ver um filme' era nosso código secreto, quando queríamos estar juntos. Foi divertido escutar aquilo, e com um sorriso no rosto falei que seria um prazer, e que se não se importasse, levaria umas cervejas porque afinal já éramos bem grandinhos e podíamos beber umas sem ninguém pegar a gente no flagra.
º Ele gargalhou e entrando no elevador completou o convite dizendo que estava chegando da praia, que ia tomar uma ducha e descansar, mas que depois das seis da tarde a casa era toda nossa.
º Ainda eram duas da tarde, e foram as quatro horas mais longas da minha vida, tomei um banho, na verdade dois, me deitei na cama e só conseguia lembrar de como era gostosa aquela brincadeira inocente entre a gente. E mesmo uma rara possibilidade de que aquilo acontecesse novamente, estava me deixando tão excitado que tive que tocar uma pra aliviar.
º Sei que acabei cochilando e acordei com minha mãe na porta do quarto me avisando que o Maurício do 702 estava perguntando porque eu ainda não tinha aparecido lá.
º Acho que mamãe sempre desconfiou da gente quando moleques, mas se desconfiou nunca disse nada, alias mesmo hoje que ela sabe um pouco sobre minha orientação sexual, prefere não entrar em detalhes, e eu muito menos. Mas quando me deu o recado, me pareceu que no fundo ela teve certeza que aquela amizade da gente era mais do que amizade, e como antes, se retirou e não disse nada.
º Me levantei e fui ao interfone falando que ia tomar uma ducha e que estava subindo, quando Cebola (sempre safadinho) falou: "Qual é Nicóla, toma banho aqui cara, vem que eu botei umas cervejas na geladeira, e eu trouxe um Whisky 18 anos do free shop e ainda não inaugurei. Se bebe Whisky né?" Respondi que sim, e que nesse caso eu tava subindo naquele instante.
º O papo da ducha era uma desculpa por ter cochilado e me atrasado, mas aquela intimação e o aviso que teríamos bebidas me fez até tremer só de pensar que talvez naquela noite eu realizasse fantasias eróticas que me acompanharam por 25 anos, e que nunca podeira imagina que um dia deixariam de ser fantasias.
º Cheguei em 2 minutos ao apartamento e Maurício havia deixado a porta aberta para que eu entrasse direto. Quando o vi sentado no sofá de bermuda tactel, sem camisa, exibindo um corpo bem cuidado pela malhação, bronzeado de praia e notavelmente sem cuecas, quase voltei e entrei de novo para ter certeza do que via.
º Era como se voltássemos no tempo, com a diferença que eu tinha 35 anos e ele 38, e não tínhamos mais aquela inocência das descobertas que vivemos juntos, e eu mesmo que não conseguisse parar de pensar, deixei que aquele assunto fosse comentado depois que já tivéssemos tomado algumas doses.
º Sentei ao seu lado e ri, de nervoso e para demonstrar como era prazeroso estar ali com ele 25 anos depois, ele nos serviu um dose tripla e eu pensei em como foi bom ter levado meu potinho de estimulantes no bolso porque sem ele no segundo copo estaria desmaiado no sofá.
º Conversamos sobre tudo a princípio, mas nada sobre nossas 'aventuras', Cebola me contou que havia se formado em Direito em Harvard para satisfazer os desejos do seu pai e assumir os negócios dele, mas que ele gostava mesmo era de surfar, morava em Boston por conta dos negócios, mas que tinha comprado uma casa na Califórnia, pra onde fugia sempre que pintava tempo, e ainda completou, que sair de Boston para a Califórnia, era como sair da realidade e ir para a Terra do Nunca, que a Califórnia só tinha doidão gente boa e que por ele, ele morava por lá de vez.
º Contei sobre ter me formado em Arquitetura em Goiás, sobre ter meu escritório em Santos e morar em uma cidade menor, que na verdade acabou sendo meu refúgio de final de semana.
º Nenhum de nós dois fizemos comentários sobre termos casado, filhos ou algo do tipo, e também não questionamos essa situação singular de ambos.
º Quando ele nos servia nossa segunda dose, fui ao banheiro mijar e fechei a porta pois também ia dar uma aditivada para aguentar o tranco daquele Whisky. Antes de subir para o seu apartamento havia feito aquela preparação, mesmo sem nada certo, mas porque no fundo eu queria que algo muito mais intenso do que as nossas esfregadas rolasse. E aproveitei que o cu tava limpo e dei uma dedada com meu anestésico pessoal e para potencializar a ligação. Só que curte, sabe como é bom e como o efeito é mais acelerado com essa aplicada intra anal.
º Não me demorei pois da sala Cebola me chamava para continuarmos nosso papo, e cheguei para ver que ele apertava um cigarro com aquele sorriso lindo me perguntando se eu curtia e se me importava dele fumar!? Respondi que daria uns tapas com ele, mas que não seriam muitos pois era fraco para o bob marley.
º Quando eramos garotos álcool e outras coisas nunca fizeram parte de nossas vidas, mas se eu tive minhas experiências e carregava minhas preferências, era natural que ele, que morava em um país onde o fumo vinha sendo gradualmente descriminalizado e que adorava um surfe, jogasse uma fumaça pra cabeça de vez em quando.
º Baseado aceso, segunda dose tripla em cada copo e o Portão da Terra do Nunca começava a surgir, como se quisesse que atravessássemos e voltássemos ao tempo de moleques, e como era algo que no fundo nós dois queríamos, atravessamos e pulamos pra dentro daquele passado tão gostoso que vivemos juntos.
º Dei três tapas e ele continuou degustando o cigarro, mas como falei sou fraco, mas o efeito relaxante fez com que lembrássemos da turma toda, ele perguntou sobre eles. Dos que eu tinha notícias, contava pra ele, outros nunca mais vi e as famílias se mudaram fazendo que perdesse contato.
º Rimos muito, lembrando de como curtíamos trocar os tapetes dos vizinhos, ou de tocar as campainhas e sair correndo pelas escadas, das brigas nas partidas de WAR e como eu e ele nos ajudávamos mesmo que isso estragasse nossos objetivos, só pra um dos dois vencer e deixar o resto da turma com raiva por terem perdido. Nesse momento foi como se um filme passasse na minha cabeça e pelo olhar distante que ele fez, acho que na dele também. Ficamos mudos por alguns segundo e ele quebrou o silêncio, tocando no assunto que eu tanto esperava, nossa intimidade secreta.
º Falou sorrindo, "se lembra quando a gente se escondia na lixeira e ficava se esfregando, acabávamos sem conseguir bater o pique porque os dois ficavam de pau duro e tínhamos que esperar baixar pra poder sair?"
º Eu empolgado pelo barato do Whisky misturado com a onda boa do cigarro dele, ainda completei: "Claro que lembro! lembro até da primeira vez que você gozou na vida, você todo boladão dizendo: "Nicóla, eu juro que não mijei em você!. Hahahaha, a gente era feliz e não sabia né Cebola?"
º Ele: "Eu fiquei uma semana sem falar com você, com vergonha, e sem saber que aquilo tinha sido minha primeira gozada. Só depois que comentei com meu tio, dizendo que tinha tocado uma bronha e que tinha saído mijo, que ele me explicou o que era ejaculação e todo o resto, eu consegui voltar a falar com você, pra te explicar tudo que ele contou. Você lembra?"
º Eu: "Claro, você me chamou lá no último andar, e contou toda conversa, disse que não tinha falado nada da gente, e que aquilo era normal (ejacular) e que um dia eu passaria por isso, e lembro até de você ter dito que queria estar comigo quando acontecesse!"
º Foi como se um choque de realidade sobre nossos destinos e nossa separação caísse sobre aquele momento de nostalgia que viviamos. Notei que Cebola tinha os olhos cheios de lágrimas. Mas mesmo assim falou, "se fosse hoje acho que teríamos nos falado sempre, conectados em um messenger desses da internet. Infelizmente na década de 80 nos restava escrevermos cartas, e naquela idade isso era algo estranho pra nós né? Éramos apenas garotos! Eu por muitos anos pensei em você, queria voltar aqui pro Brasil, mas como dependia do meu pai pra isso, acabei aceitando que talvez nunca mais nos víssemos, mas sempre quis te ver de novo Nic!"
º Dessa revelação em diante, eu vou ter que deixar para o próximo conto, pois enquanto escrevo, me dei conta que esse é a última semana dele aqui no Brasil e estamos indo para Búzios dar continuidade ao que começou nesse reencontro...e só voltaremos na sexta feira.
(continua...)
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