BY: victor-pass-sjc-sp
CAPÍTULO 5 – A Festa
Acho que eu nunca gostei tanto de um churrasco assim, como eu tinha gostado daquele.
A tarde passou quase sem eu ver. Eu acabei chegando na Juliana, mais por preção dos outros, e mais... Bom, sei lá.
Muitas vezes eu já tinha imaginado eu e ela juntos, e hoje que estava rolando, eu realmente estava com a cabeça em outro lugar.
Aos poucos as pessoas foram indo dormir, e nós acabamos ficando sozinhos, e já que ela queria, eu gostaria, nós unimos o útil e o agradável.
Eu a levei a um canto distante da casa, e lá nós nos tocamos fundo pela primeira vez. Eu estava com ela, mais eu queria estar mesmo com o Caio.
Quando nós voltamos para casa, eu finalmente resolvi tomar um banho e ir dormir. Eu peguei as minhas coisas no carro, e fui pro banheiro no andar de cima. Tomei um banho rápido, e fui procurar um canto pra dormir.
Por mais que eu odiasse admitir, o Caio estava certo, eu acabei sem cama, nem mesmo um sofazinho sobrou. Eu já estava com as chaves do carro nas mãos, quando o Caio apareceu na cozinha.
_ E ai cara? Pegou?
_ Sim.
_ E...
Ele pareceu notar pela primeira vez as chaves em minhas mãos.
_ Aonde você vai?
_ Vô dormir no carro... Por mais que e odeie admitir, mais você tava certo.
_ Não. Claro que não é o meu sonho de uma noite, mais eu acho sacanagem deixar você dormir no carro.
_ Eu não to te entendendo...
_ Vem e dorme no quarto comigo. Só que você vai ter que dividir a cama comigo, porque não tem mais nenhum colchão.
_ Eu já falei que não precisa...
_ Anda logo. Você já me viu pelado, o que vai ser dormir na mesma cama uma noite?
Eu concordei, e fomos pro quarto. Eu confesso que agora estava tudo perfeito. Nós pegamos umas cervejas e levamos pra tomar no quarto enquanto nós jogávamos truco.
Depois de dez quedas, e de ter perdido feio na última, nós fomos dormir.
Eu me deitei bem na beira da cama e tentei evitar transparecer que eu realmente tava achando aquilo tudo maravilhoso.
No meio da madrugada eu acordei, e senti que tinha algo de diferente. Ao invés de ele estar dormindo, ele estava acordado e de leve ele se apoiava nos cotovelos e estava me olhando.
_ O que foi Caio?
_ Nada. Eu só to sem sono.
_ Você quer conversar sobre alguma coisa?
_ Não, de boa. Dorme aí.
Eu virei e comecei a pensar, será que ele já estava acordado há muito tempo?
Quando eu estava meio que cochilando, eu não sei se sonhei, ou se foi verdade, mais eu meio que senti alguém passando a mão bem de leve nas minhas costas, como a fazer um carinho.
Eu dormi de vez, e bem, acordei no outro dia bem disposto. Mais uma vez tudo se repetiu entre eu e a Juliana, só que dessa vez com um pouco mais de intensidade. E eu nem preciso comentar que mais uma vez eu queria que fosse o Caio.
No domingo à tarde, nós já estávamos prontos pra ir, a sim, eu e o Caio; porque o resto da galera já tinha ido na hora do almoço.
_ E ai, Vicente, como foi? Você queria realmente ter ficado em casa?
_ Não. Até que valeu apena...
Eu reparei no rosto dele, e mais uma vez eu vi que ele estava de olhos vermelhos, e com olheiras gigantes.
_ Caio, você não tem dormido bem?
_ Desde quando eu soube que ela tava grávida. Eu tenho usado corretivo pra esconder as olheiras em casa.
_ Caio, você não acha que tá na hora de você dar um jeito de descobrir se esse filho é seu, e se ela está realmente grávida?
_ Sim. Eu vô falar com ela assim que nós voltarmos pra São Paulo.
_ E o que você tá pensando em fazer?
_ Eu vô levar ela de surpresa numa clínica e mandar fazer um ultrassom na minha frente.
_ Muito esperto...
Nós entramos no carro, eu mais uma vez dirigindo. Nós chegamos a São Paulo e ele me deixou em casa.
_ Oi filho! Como foi lá?
_ Foi tudo bem.
Eu jantei e fui pro meu quarto, pra variar só um pouquinho. Depois de uma hora mais ou menos, a campainha de casa tocou. Confesso que quando a minha mãe falou que era o Caio, eu me assustei. Por dois motivos: Um, porque eu não esperava vê-lo hoje ainda. Outro, pela cara da minha mãe.
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