BY: mantosr Quando me dizem a batida (e por que não preconceituosa) frase "quem vê cara não vê coração" automaticamente minha mente viaja para outro universo. Eu começo a imaginar o sujeito objeto do ditado nas mais diferentes situações. Mas as principais delas são as sexuais. Também pudera. Hoje em dia, com tantos estímulos vindos de todos os lados, filmes, áudios, aplicativos, mensagens na palma de suas mãos, as pessoas passaram a experimentar e a desfrutar de situações e momentos que até um tempo atrás não eram tão "costumeiras" ou, pelo menos, não tão acessíveis. E pra fazer isso não precisa de muito esforço. Qualquer cantinho com sinal de internet e uma tomada para carregar o celular, permite que qualquer um alcance todo um universo de prazer que deixaria os mais "conservadores" de cabelo em pé. Sim, com aspas mesmo, porque tenho a tendência a pensar que quanto mais misteriosa ou "conservadora" é a pessoa, mais cheia de segredos ela é. O típico caso de quem muito aponta e desconfia é porque tem algo a esconder. Esconde porque não se aceita, esconde porque tem vergonha. Mas também tem outra categoria que não necessariamente esconde, mas prefere manter o "low profile". Afinal, quem sabe da sua vida é você mesmo, né?
E o personagem desse conto é justamente um desses "low profile".
Leandro é um cara comum. Tanto fisicamente como socialmente. Na faixa de seus 30 e alguns anos, nem alto, nem baixo, nem gordo, nem magro, de pele parda, cabelos castanhos curtos tradicionais, barba rala, nem aparada à perfeição, nem desleixada. Um homem médio, comum. Desses que passam despercebidos em qualquer lugar. E, ainda que não fosse, era assim que ele prefere. Uma das principais habilidades de Leandro é atravessar o dia da maneira mais fora de alcance possível. Os colegas da repartição pública onde trabalha já sabem que não adianta puxar muito assunto com ele. A família e parentes têm que se contentar com algumas poucas palavras enviadas dos grupos de whatsapp.
Reservado, tranquilo, responsável e confiável era o como todos se referiam a ele quando precisavam. E nada além disso. Ninguém sabia, nem fazia questão de saber, o que ele fazia depois do serviço ou nos finais de semana. Se namorava ou não, se gostava de homens ou mulheres, ou se não gostava de nada. Até nisso Leandro causava desinteresse na maioria das pessoas. E pra ele isso funcionava da maneira mais conveniente possível, já que também tinha um desinteresse natural pela maioria das pessoas. Digo, por aquelas que ele conhecia. Colegas, parentes, pseudo-amigos. Eram todos tediosos. Qualquer pessoa que criasse qualquer vínculo com ele logo se tornava tediosa. O entregador da pizzaria que ele sempre pedia? Chato. O porteiro com seus bons-dias sorridentes? Um porre. O síndico passeando com o poodle encardido? A hora mais desagradável do seu dia.
Chegar do serviço e encontrar aquele homem atarracado e seu cachorro passeando pela calçada do prédio onde morava era agoniante. Sempre curioso, não perdia a oportunidade de tentar arrancar alguma informação sobre a vida de Leandro.
- Boa noite, Leandro. Chegando agora?
- Sim.
- O senhor viu que...
- Boa noite.
E lá se ia Leandro desaparecendo pelo elevador, antes que se desenvolvesse qualquer gancho para conversa.
A curiosidade do síndico não era gratuita. O civil Leandro poderia ser desinteressante. Mas as circunstâncias é que causavam o interesse. O ser humano é naturalmente atraído por mistérios. E se tinha uma coisa que Leandro era naquele prédio, a palavra misterioso definia bem.
Morava ali já a uns cinco anos. Chegou sozinho, não trouxe mudança. Com o passar dos tempos, eventuais prestadores de serviço apareciam para fazer uma ou outra coisa. O primeiro, e por muito tempo único, o entregador que trouxe uma televisão. O apartamento antes era ocupado por uma família. O porteiro já trabalhava a mais de 10 anos no prédio e sabia de tudo um pouco. E sabia que os únicos móveis que ficaram por lá, quando a família se foi, era uma geladeira "trambolhuda", presa nos armários planejados da cozinha. Seria demasiado trabalhoso e sem custo beneficio algum o gasto com montadores especializados em desmontar aqueles armários pesados. Deixaram a geladeira, eternamente encerrada em seu armário-túmulo, mas ainda funcionando, e a cama de solteiro do filho mais velho, que havia se mudado antes, quando se formou na faculdade. E esse foi um dos estopins de curiosidade sobre o novo morador. Por muito tempo Leandro se deu por satisfeito com os móveis que vieram de brinde com seu recém comprado imóvel. Dormia na cama usada e a geladeira, apesar de velha, cumpria o papel de guardar sobras de comida que ele comprava no caminho de casa. Suas roupas por muito tempo ficaram nas malas, acomodadas no canto de uma das três suítes do apartamento de 150 metros quadrados."Mas é solteiro? Num apartamento tão grande? Chegou sem mudança?". A maioria dos ocupantes das outras unidades eram famílias. O prédio, antigo, mas considerado de luxo, tinha 15 andares, pomposo, bem cuidado. Os halls de entrada eram guarnecidos com móveis de mogno, sobre um piso de granito, típico de obras dos anos 80. Elevadores também antigos, porém conservados. Toda a edificação tinha uma manutenção rígida, fruto do trabalho de quase 30 anos do síndico-eterno, que nunca teve sua gestão contestada por nenhum morador. Tudo muito clássico.
Tudo, menos o misterioso morador do oitavo andar.
Leandro comprou o apartamento à vista. Juntou as economias sem muito esforço. Servidor federal concursado, da época em que os benefícios vultuosos se incorporavam na carreira, que começou cedo. Mal terminou o ensino médio, já engatou na faculdade de administração e antes de colar grau já havia sido aprovado no concurso. Assumiu cargo de nível superior, analista da Receita Federal aos 22 anos. Antes dos 30 já estava no topo de carreira da categoria. Seu salário dava e sobrava. Gastava pouco, não tinha uma vida de supérfluos. Seu principal luxo era sua intimidade.
Saiu de casa poucos meses depois de se formar. Alugou primeiro um quarto e sala no centro da cidade. Tempos depois se mudou para um condomínio horizontal. Não demorou muito. Apesar de confortável, as casas geminadas não lhe davam privacidade suficiente. Quando procurou uma imobiliária, ao ver que o potencial cliente tinha um crédito tentador, o corretor lhe ofereceu o financiamento de um novo condomínio para solteiros. Apartamentos modernos, com espaço gourmet, sistema de vigilância 24h, câmeras e mais câmeras. Leandro teve agonia de ver aquilo. Tinha pavor, tanto da falta de privacidade como da homogeneização do mundo. Casas, carros, pessoas, todas iguais. Seguindo um padrão, uma régua. Ele era também, de seu jeito, normal, comum. Mas entendia que era um comum natural e não o padrão perseguido pelas outras pessoas. Declinou a oferta, mas demonstrou interesse em outro imóvel, um apartamento mais antigo. O vendedor mostrou curiosidade com a escolha, o que fez Leandro desistir da imobiliária. Decidiu que iria juntar o dinheiro e comprar seu imóvel quando chegasse a hora. Enquanto isso, pesquisou online um apartamento discreto para alugar, sem contato com consultores, sem "atravessadores".
Esse é o nosso personagem. Leandro. O cara comum, normal, desinteressante de seu modo, mas um mistério aos curiosos.
Mas não precisam se perguntar "Tá, mas onde está o conto?". Já, já, começo. É que precisava dessa introdução para lhes apresentar o outro lado de Leandro. Um lado mais interessante, curioso, agitado, intenso. Completamente diferente do Leandro, servidor, morador de um prédio antigo num bairro familiar.
Como eu disse, ele tinha pavor do comum. E também do normal, do conhecido. Apesar de ter um gosto clássico, era muito atraído por novidades, pelo diferente, pelo incomum, pelo inesperado. E não preciso enrolar pra dizer que tudo isso acabava sublimando e se direcionando pro lado sexual.
Sempre soube o que gostava. Cresceu num ambiente familiar neutro, com ele seus pais não eram obsoletos nem modernos demais. A impressão que tinha é de que eles o criaram de maneira mecânica: nasceu, foi cuidado, foi nutrido, instruído e pronto. Segue seu rumo que nós seguiremos o nosso. Ele agradece e vai. Portanto, nunca teve muitos problemas relacionados a sua sexualidade dentro de casa. Na rua já era outra situação. O mundo, a gente sabe, é cruel. Não preciso me alongar e descrever as mais diversas situações que ele tenha passado desde criança, como todo jovem gay. Apesar de tudo, ele não carregou traumas. Mágoas? Talvez. Mas o Leandro de hoje prefere viver sua vida e deixar no passado qualquer desgosto. E dessa forma, com sua sexualidade bem resolvida, ele nunca viu motivos ou necessidade de “compensar” ou “extravasar” seus desejos. É aí que está o ponto: ele nunca se privou de nada. Quando começou a experimentar, ele ia e fazia o que tinha vontade. E era privilegiado o suficiente para não se sentir na obrigação de dar satisfações a quem quer que seja. Não estamos aqui para analisar os porquês de uma pessoa ter certos gostos, agir assim ou assado. O que importa aqui é o fato de que nosso personagem vivia a sua vida e sua sexualidade de maneira intrínseca. “Ah, mas é claro que uma coisa depende da outra!”. Sim, é claro! O ponto é que para Leandro o seu perfil natural, solitário, independente e, principalmente, cauteloso no jeito de viver era profundamente conveniente com sua sexualidade e seus desejos.
Ele nunca foi uma pessoa de relacionamentos. Não pretendia se casar tampouco ter filhos. Cogitou, uma única vez, ter um animal de estimação. Mas a ideia de um ser vivo que dependesse dele o fez desistir quase que instantaneamente.
Assim, livre de amarras, ele ocupava seu tempo livre aproveitando as benesses de justamente ser uma pessoa livre. No seu mundo, o socialmente desinteressante Leandro gostava bastante de experimentar seus gostos. Ele nunca se prendeu a um perfil específico. Já tinha transado com pessoas de todos os tipos e estilos. Gordos, magros, altos, baixos, anão, gigante, ativos, passivos, rolas grandes, rolas minúsculas, assumidos, enrustidos, casados, solteiros, trisais, quadrisais, surubas, sozinho… Aliás, sozinho era a rotina diária, noturna e em qualquer horário dele. Uma punheta, tradicional ou com brinquedos e acessórios era sempre bem vinda. Em sua sala, na repartição onde trabalhava, ele deixava alguns objetos estratégicos para quando sentia vontade. E não apenas na sua sala. Ele gostava de gozar em qualquer lugar que fosse improvável. Não, ele não era um exibicionista e nem se excitava com o risco de ser pego. Pelo contrário. Ele só fazia quando tinha segurança e certeza de que ninguém iria desconfiar. E nunca desconfiavam. Aí a ligação com seu estilo de vida “low profile”. Algumas pessoas não imaginavam as coisas que Leandro fazia. Muitas pensavam que ele era até assexuado. É como imaginar a avó transando a sensação que as pessoas tinham quando alguém ousava comentar a vida pessoal dele. E ele sabia disso. E ele sentia prazer nisso. Ele não tinha perfil de parceiros sexuais, o seu tesão estava ligado com essa situação da aura de “certinho” que ele tinha. As punhetas na cozinha da repartição enquanto acontecia uma reunião na sala ao lado eram fichinhas perto do que realmente ele gostava. Quanto mais absurda a aventura, mais tesão ele sentia. Se ele fosse extrovertido, não teria a mesma graça. Para ele, todos os parceiros poderiam ser extrovertidos, quanto mais atirados melhor. O prazer dele era ser ele o comedido, o comportado.
Certa vez, enquanto voltava do serviço, estacionou seu carro no restaurante que ficava a poucas quadras de seu prédio. A essa altura ele já havia terminado de mobiliar o apartamento. Sofá, mesa, fogão, um ou outro objeto decorativo. Uma das suítes ele equipou com uma confortável cama king size, televisão, armários embutidos. A outra, ajeitou um quarto de hóspedes para as inexistentes visitas que tinha. A suíte que antes pertencera ao filho mais velho da antiga família proprietária, deixou como estava. A cama de solteiro, com o colchão e até mesmo o travesseiro e lençóis velhos haviam ficado como ele tinha achado. Ele até gostava de cozinhar e usar o equipamento moderno de sua cozinha. Mas muitas vezes parava no restaurante para levar o jantar pronto. Nesse dia ele já havia encomendado pelo celular o prato que costumava comer sempre. O restaurante avisava quando estava pronto e ele apenas passava para retirar. Eventualmente descia para usar banheiro ou até mesmo tomar uma bebida enquanto esperava. Mas hoje, como muitas vezes, decidiu aguardar no carro. E sim, ele costumava bater uma punheta enquanto observava os passantes do lado de fora. Às vezes se tocava por cima da roupa mesmo. Ele não precisava gozar para se sentir satisfeito. E mesmo que gozasse, faria tranquilamente por debaixo da roupa, sem se preocupar de sujar a cueca ou a calça. Em algum momento da espera seu olhar capturou um movimento diferente. Um homem, coroa, na faixa dos 50 anos, fumava encostado na parede do lado de fora do restaurante. Ele tinha certeza de que não tinha sido notado por esse homem, apesar de estarem bem próximos e sentir o cheiro da fumaça do cigarro dentro de seu carro. Observou o tipo, corpulento, nem gordo nem magro, pouco alto, com seus 1.80m de altura, óculos “fumê”, que podiam ser de sol ou de grau, cabelos curtos, secos. A pele bronzeada, não de quem toma sol à beira de uma piscina, mas de quem anda muito no sol e não se preocupa de usar protetor. Vestia uma camisa de botões, com a manga dobrada até pouco mais depois dos punhos. Calça jeans azul escura e botas chelsea. Não reparou se usava cinto. Tinha se prendido ao volume da calça. Quando percebeu, a bituca foi lançada ao chão e o homem se movimentou e saiu em direção à porta do estabelecimento. Definitivamente não era um tipo normal que costumava frequentar a região. Ele até achou que o homem tinha um certo estilo, apesar de estar vestido aparentemente de maneira normal. Decidiu que achou sim o tipo interessante. Talvez o cigarro, talvez as botas chelsea. Ele ainda não tinha descoberto o que tinha chamado sua atenção quando o celular apitou. O pedido estava pronto. Logo a moça que trabalhava no restaurante saiu com uma sacola e a máquina de cartões em direção ao seu carro.
Chegou em casa e deixou o jantar sobre a bancada da cozinha. Abriu a geladeira, pegou uma garrafa de água e se dirigiu ao quarto. Não o seu, nem o de hóspedes. O quarto do “filho mais velho”, que era como ele se referia mentalmente ao cômodo. Era onde ele preferia e sentia mais prazer quando queria gozar em casa. Largou no chão a mochila que costumava carregar seu notebook e outros objetos de trabalho. Do lado, deixou a garrafa d'água. Começou a se despir. Primeiro a camisa, cinto, os botões da calça cáqui, já com um ponto de umidade se destacando de quando estava esperando o jantar dentro do carro. A cueca estava mais molhada. Ele ainda não havia gozado, mas tinha passado o dia inteiro com a cabeça ocupada lembrando da sua última aventura. Precisava repetir. Mas antes, uma gozada despretensiosa no seu quarto favorito. Aquele quarto era seu santuário. Nas poucas vezes que ele interagiu conversando com o porteiro, ele descobriu que a família que morou naquele apartamento era formada por pai, mãe e dois filhos. Uma moça, que tinha 17 anos quando se mudaram, e o filho mais velho, que tinha 22 anos quando foi embora, poucos meses antes da família finalmente se mudar. Não se interessou pelos motivos. O porteiro tagarela deu mais detalhes sobre a vida daquela família e de muitas outras que ele jamais se interessaria saber. Apenas quando falava do rapaz que havia ocupado o quarto ele prestava atenção. “Era um menino muito estudioso, o Eduardo. E também animado. Bastante festeiro e namorador. Era o galã do prédio. Foi se especializar fora quando se formou. Sinto falta, porque ele animava o pessoal com as festinhas na área de lazer. Vivia me chamando pra jogar uma bola na quadra quando faziam churrasco, e eu gostava, né? Filava o rango e umas bebidinhas, mas sempre fora do horário de expediente, né? E era bom de copo o rapaz. Ele e os amigos. Diversas vezes ajudei a D. Sônia a carregar ele pro apartamento. Levava ele apagado até o quarto e jogava na cama. Uma vez, acredita, ela me pediu pra ajudar a dar um banho nele? Ela insistiu, mas eu não topei. Ia acabar me molhando todo. Só ajudei segurando ele para ela trocar a roupa suada dele e vestir o pijaminha. Imagina, o marmanjo barbado e bombado, mais peludo que um urso, tratado igual bebê pela mãe. A catinga de cachaça se espalhou pelo quarto…”
O quarto, sim. Longe de ser sensitivo, mas desde que entrou naquele apartamento Leandro sentiu uma energia naquele quarto. Energia masculina do antigo habitante. E os cheiros. Esse era o principal motivo para ele não ter se desfeito da cama antiga. Os cheiros de um Eduardo cuja imagem só ficava na sua imaginação, se materializavam no colchão, travesseiros e lençóis usados abandonados ali diretamente para o seu nariz. Virou um ritual ele se masturbar e fazer mais coisas naquela cama. Hoje já tinha outros cheiros e pêlos diferentes dos que ele encontrou quando chegou ali. Mas sempre que batia uma enquanto se esfregava nos travesseiros e lençóis nunca lavados, era com o “filho mais velho” que ele fantasiava.
Naquele dia tinha um adicional diferente à fantasia. O coroa do restaurante ainda estava fresco na sua memória. Terminou de se despir, olhou seu reflexo no vidro da janela. Admirou-se um pouco. Se ver nu ajudava a dissociar da pessoa pública que ele envergava todo dia. Olhava seus braços, suas coxas. Pêlos, não muitos por essas regiões, mas gostava do que via. Orgulhava de nunca ter nem aparado os pentelhos nem axilas. A barba, se não tivesse falhas, ele deixaria crescer. Mas também aparava apenas o necessário. Tinha o corpo médio. Não era malhado, nem gordo, nem magro. Os músculos não eram cultivados, mas eram firmes. Nunca foi frequentador de academia, mas tinha em casa alguns equipamentos e acessórios de exercício. Sentia tesão com essa versão despida dele. Deitou-se na cama e começou a se tocar. O coroa, Eduardo, o travesseiro, os cheiros, as memórias do que ele já tinha feito naquela cama. O quarto quente, abafado, fazia suar. E ele se esfregava no lençol. Misturava os cheiros, seu e de outros. Revezava se masturbando, melando seus dedos na cabeça do seu pau, e se penetrando com os dedos. Cada vez mais melado, cada vez mais fundo. Se abria pra sentir seus dedos abrindo seu rabo. Quando mais fundo, quando mais intenso o movimento, mas duro ficava seu pau, mas melado ficava. Pingava, molhando a cama. Adicionando mais uma camada de cheiros aos lençóis. Suor, porra, saliva, cheiro de macho, cheiro de coxas, cheiro de suvacos peludos, cheiro dos sacos, rolas e bundas que passaram por ali. Eventualmente algum perfume que algum amante tenha usado, e algum cheiro de cigarro que tenha ali sido fumado. Cigarro. O cheiro. O coroa do restaurante. Sentiu a pressão de seu cu apertando seus dedos. O arrepio, o pau pulsando, a mistura da baba que escorria com a porra que começou a jorrar, ali, de bruços na cama. Ele precisava encontrar aquele homem.
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