BY: ocaraportras Alguns anos separam os acontecimentos do conto anterior para esse. Agora eu era um garoto de 12 anos, que morava na cidade de Santos. Para quem não conhece, fica no litoral de São Paulo. Minha família e eu deixamos o interior quando eu tinha sete anos de idade. Eu tive uma infância bacana em Santópolis, junto de meus primos, irmãos, amigos.... A memória afetiva que tenho daquele lugar é muito agradável, mas as melhores das minhas experiências aconteceram na cidade grande.
O ano era 2003 e naquela altura do campeonato, eu sabia exatamente do que gostava. Não tive nenhum drama, problema, ou dificuldade de me aceitar, apesar de nunca ter acontecido nada com nenhum rapaz. Mas as coisas estavam prestes a mudar... Durante todos os anos que haviam se passado, eu sempre me imaginei com homens, de todas as idades, fisionomias, etnias. Me imaginei com negros, asiáticos, ruivos, gordinhos, machões. Não sei como não quebrei o pulso de tanto bater punheta, homenageando todos os homens que via na rua, na escola, no ônibus.
Nesse conto em específico, quero contar como foi minha experiência com o primeiro rapaz que gostei de verdade. É aquele velho ditado né, “o primeiro amor, a gente nunca esquece”, e é exatamente assim que me sinto quando lembro do Alex. Não foi o melhor, não foi o pior, mas certamente me marcou lá no fundo, pois eu era um garoto gay que estava se descobrindo em vários aspectos, e de uma hora para outra foi consumido por toda aquela paixonite de adolescente.
Eu já conhecia o Alex fazia alguns anos. Para ser mais exato, o conheci quando eu tinha 10 anos de idade e eu estava na quarta série naquele ano. Eu era o típico garoto reservado na sala de aula, não era nerd nem bagunceiro. Eu era na verdade o aluno “na média”, aqueles que não fede nem cheira, sabe? Não lembro exatamente qual foi a primeira vez que vi o Alex, mas em algum momento quando eu tinha 10 anos, nós nos tornamos amigos. Mas não qualquer amizade, éramos amigos mesmo, sabe? Confidentes. Tínhamos os mesmos gostos musicais, adorávamos os mesmos desenhos, gostávamos das mesmas brincadeiras, odiávamos as mesmas pessoas. Com o passar do tempo, fui criando um sentimento diferente por ele. Mais do que somente amizade. Na época, eu pensava que o que eu sentia era apenas uma amizade muito forte, mas mais para frente me dei conta de que não era... A realidade é que desde dessa época eu estava “arriado dos quatro pneus” por esse rapazinho. Ele não era tão alto, tinha o corpinho lindo (para os padrões de nossa faixa etária), a bunda era uma delícia e isso lembro muito bem, tinha a pele branca, mas não chegava a ser branquelo. Na realidade ele era um branco porem bronzeado do sol. Enfim! Quando me dei conta de que o que sentia por ele era mais do que somente amizade, de que sentia atração física por ele também, o garoto passou a ser protagonista das minhas punhetas diárias. Imaginar como era seu pau virou uma rotina para mim. Será que era grande? Grosso? Será que ele já tinha pentelhos?
Ele morava a poucas ruas da minha casa, e todos os dias sem exceção, nos víamos. Nós tínhamos um grupo de amigos o qual guardo no coração essa memória afetiva até hoje. São pessoas muito importantes na minha vida. Éramos um quarteto, sendo eu, Alex, Vitor e Lilian. Naquela época, não sei por que, eu gostava de colocar meus amigos em um “pódio” de melhor pro pior amigo, bem coisa de criança mesmo. Alex, obviamente, era meu melhor amigo e a Lilian estava em segundo lugar, seguida de Vitor. Mas enfim, estou contando isso somente para contextualizar um pouco como funcionava minha cabeça naquela época.
Me lembro de um dia que estávamos somente eu e ele na casa dele. Estávamos assistindo vídeo dos Backstreet boys, (tem coisa mais homossexual que isso? Rsrs). Em certo momento ele me solta uma perola que nunca esqueci...
- Nossa, o olho do Bryan, é muito lindo...
UÉ, será que ele é gay? Pensei comigo. Ele não era o tipo de garoto que dava pinta, muito pelo contrário! Até forçava um “machinho”. Gostava de jogar futebol com os outros garotos, (coisa que eu nunca gostei), e o estilo era bem de garoto danado: vivia com uma camisa de time de futebol diferente a cada dia, boné virado pra trás, bermuda de futebol. Quem olhasse para aquele garoto, não veria NADA de gay nele. Pelo menos era isso que eu pensava na época.
Certo dia, quando estávamos numa rodinha de amigos, ele começou a narrar de uma maneira bem convencida, que havia perdido a virgindade com uma garota. Não sei explicar qual sentimento senti exatamente naquele momento... Se foi raiva, ciúmes, tristeza, curiosidade, ou vontade de estar no lugar da sortuda que passou uma tarde de sexo com ele, mas certamente eu não fiquei bem escutando aquela história.
- Foi depois que saímos da escola. Ficamos conversando na calçada da escola, em algum momento eu disse que estava sozinho em casa e perguntei se ela não queria ir comigo pra la assistir alguma coisa.
- E o que aconteceu? – Perguntaram os outros rapazes na roda.
- Fomos para minha casa, nos sentamos um do lado do outro no sofá, e quando vi ela me beijou. Começamos a nos beijar na sala e eu a coloquei para me chupar!
- Cara você é muito sortudo! A Gabriele é a garota mais gostosa da sala! – Comentavam os demais garotos.
- É eu sei! – Concordava Alex, com seu olhar safado, e convencido.
Em certo momento daquela conversa, não me aguentei, levantei e disse que estava com muita dor de cabeça e queria ir embora. Ninguém entendeu nada, mas eu fui. Não aguentava ver o Alex comentando sobre ter tido relação com outra menina. Aquilo de certa forma, me machucava muito. Como assim a Gabriele? Por que não eu? Claro, porque eu não tinha nascido mulher! Eu estava com muita raiva, tanta raiva que decidi que não iria mais bater punheta pensando nele.
Enfim, vida seguiu... Alguns dias depois, após a aula, ele perguntou se eu poderia ser dupla dele em um trabalho de geografia. Eu respondi que sim, e no fundo adorei porque queria passar mais tempo com ele.
- Ótimo. Passo na sua casa no final do dia para começarmos o trabalho.
No final da tarde ele chama no meu portão. Minha mãe atende, e ele entra. Fomos direto para meu quarto, e em pouco tempo já não estávamos mais fazendo o trabalho de geografia, e estávamos mais preocupados em jogar residente evil no meu Playstation. Passado algum tempo, minha mãe sobe no meu quarto, e diz que iria na casa da vizinha pois tinham combinado de assistir a novela juntas. Disse que qualquer coisa era para chamar por ela. Assentimos com a cabeça sem dar muita importância, pois estávamos em uma parte bem tensa do jogo. Na minha casa, além de nós, não tinha mais ninguém. Meu pai trabalhava por escala, e naquele dia estava trabalhando no turno da noite. Meu irmão mais novo estava na casa do meu tio. Alias, somente para contextualizar, minha família era constituída por eu, meu pai, minha mãe e meu irmão caçula que na época desse relato tinha nove anos de idade.
Voltando ao relato! Ficamos sozinhos em casa... Em certo momento, cansamos de jogar vídeo game e ele diz:
- Cara, estou cansado. Vamos fazer outra coisa?
- Que coisa? Estava na melhor parte do jogo!
- A qual é! Quero ti pedir mostrar uma coisa.... – Anunciou ele indo buscar a mochila. Quando ele voltou, abriu a mochila e tirou de dentro uma revista. Na hora eu soube do que se tratava. Era uma revista de mulher pelada. De histórias eróticas, para ser mais exato.
- Cara deixa eu ver! – Peguei a revista da mão dele, ansioso com a situação.
- Olha que mulher gostosa, Pedro! Olha só o tamanho desses peitos!
- Pois é, deliciosas! – Respondi, quando na verdade, eu estava mesmo admirando os homens da revista.
- Cara, você é virgem? – Alex perguntou
- Que conversa, cara! Claro que sou! Se eu não fosse, você já saberia. Mas você não é, né... Lembro do que você falou que fez com a Gabriele.
- Sim.... Foi gostoso, mas não sei, faltou algo.
- Faltou o que?
- Não sei dizer... Mas sei que faltou algo.
Naquele momento, tomei coragem, e sugeri o que já estava querendo desde o momento que tiramos a revista da mochila dele.
- Cara, o que acha de batermos punheta olhando essa belezura aqui? – Propus a ele.
- Está maluco cara! Eu sou homem!
- Não estou falando que você não é, dãaa! Amigos fazem isso.
- Cara, eu não sei.
- Vai, por favor! – Insisti. Na verdade, tudo fazia parte do meu plano, de finalmente descobrir o que esse garoto que me encantava, tinha dentro daquela bermuda de malha fina. E deu certo... Pois não precisei insistir muito, e ele concordou.
Sentamo-nos no chão de frente para cama, ele segurando a revista, puxou a bermuda para baixo, revelando o que há muito tempo eu sempre quis ver. Eu imaginava que ele tinha um pau gostoso e bonito, mas não daquele jeito. Apenas da pouca idade, sua pica era gordinha, roliça, grande para a idade, em torno de 15 centímetros duro, poucos pentelhos pretos.
- Está esperando o que para começar também? – Ele questionou, provavelmente envergonhado porque era o único que estava de pau para fora.
Tirei minha bermuda também, revelando meu pai branquelo, sem muitos pelos, e bem bonito para a pouca idade. Começamos a bater punheta olhando as fotos das revistas, mas na realidade, eu aproveitava a oportunidade para bater uma punheta olhando para o pau dele, claro que sempre observava disfarçadamente. Percebi que estávamos colados um ao outro, e em certo momento, senti uma de suas mãos encostada no canto da minha perna. Não fiz nada, fingi que não percebi, e permiti que ele continuasse. Em certo momento, eu peguei a revista da mão dele e virei a página, “sem querer”, obvio que querendo, relei a mão em seu pau.
- Desculpa. – Disse fingindo estar envergonhado.
- Faz de novo, mas agora segura firme. – Ele me disse, sem rodeios.
- Oi? – Perguntei assustado
- Vai cara, ninguém vai ficar sabendo. Sua mãe vai voltar somente depois da novela.
Não estava acreditando no que ele estava me propondo! Assustado, com medo, coloquei a mão em seu pau, e segurei firme.
- Agora bate para mim.
Comecei um vai e vem com minhas mãos, no pau de Alex. Em certo momento, não aguentando o tesão de estar segurando o pinto dele, comecei a me masturbar também. Ele fechou os olhos, inclinou a cabeça pra tras na cama, e mandou:
- Chupa pra deixar molhado.
Naquela altura do campeonato, não existia pudor, não existia vergonha. Éramos dois adolescentes, aproveitando os prazeres da sacanagem! Me inclinei para baixo, sem acreditar que aquele garoto que tanto desejei, estava permitindo que eu o mamasse! Senti bem o cheio daquele pau antes de colocar na minha boca, e então, engoli. Bem desajeitado, mas engoli. Ele bravo por eu ter relado o dente na cabeça de seu pau, me disse irritado:
- Porra Pedro, sem o dente!
- Desculpa... – Disse envergonhado, mas continuei.
Fui chupando carinhosamente a primeira pica que passou pela minha boca, (e nesses 29 anos de vida, não foram poucas), mas a dele era especial... Eu era apaixonado naquele garoto. Não demorou muito, ele pergunta “posso gozar na sua boca?”. Nem deu tempo de eu responder, ele começou a se contorcer, e somente senti o líquido ácido adocicado saindo de sua mangueira, leitando minha boca inexperiente. Na hora eu não sabia o que fazer e somente engoli. A primeira gala na garganta, a gente nunca esquece! Depois do ocorrido, ele pareceu arrependido. Levantou, colocou a bermuda, disse que eu era um idiota, e saiu apressado do meu quarto. Eu fiquei ali, sentado no chão, em frente a cama, sem saber exatamente o que sentir.... Por que ele ficou com raiva de mim? O que fiz de mal para ele?
Passado algumas horas, minha mão volta pra casa, e me vê deitado na cama sozinho.
- O Alex foi embora? Terminaram o trabalho? – Ela perguntou.
- Aham... – Assenti, fingindo estar com sono.
Eu não consegui dormir direito naquela noite. Só conseguia pensar no que tinha acontecido. No dia seguinte, era um sábado, fui na casa dele. Chamei por seu nome e quem me atendeu foi o pai dele. Carlos, o pai de Alex, era extremamente ignorante. Na real, até hoje não sei qual era o problema daquele homem, mas obviamente ele não gostava de mim, e nem eu dele.
- O Alex não vai sair não. – Ele disse com tom de raiva, e sem dizer mais nenhuma palavra, bateu o portão na minha cara.
Durante aquele final de semana, não falei com o Alex. Na segunda feira, na escola, ele não se sentou ao meu lado. Sim meus amigos... ele mudou de lugar para não ficar perto de mim. Eu me senti extremamente triste naquela hora. Por que Diabos ele estava fazendo aquilo comigo? Logo comigo? Tudo por causa de uma brincadeira que ele mesmo começou? A aula terminou. Na saída da escola, decidi ir atrás dele para conversar, ele estava andando sozinho em direção a casa dele e eu fui atrás.
- Alex, preciso falar com você! – gritei no meio da rua. Ele parou, virou em minha direção, e veio andando ao meu encontro. Por um momento pensei que ele fosse me bater, mas não. Ele somente me puxou para uma calçada alguns quarteirões depois da escola, e disse num tom sério.
- Pedro, não podemos mais nos falar. E estou falando muito sério!
- Calma cara, por que isso assim do nada?
- Foi errado o que fizemos, eu errei também! Não deveria ter começado aquilo. Mas não é nem somente por causa disso... Meu pai odeia você. Ele sabe que você é bicha e não me quer andando com garotos que nem você.
- Ele sabe que eu sou o que?? – Perguntei indignado.
- É isso que você escutou. E olha cara, tudo bem você ser veado, mas meu pai não gosta disso e não quer eu andando com você.
- Ele sabe o que o filho macho dele fez alguns dias atrás? – perguntei com raiva, e com lágrimas nos olhos.
Alex ficou mudo por alguns instantes, e respondeu sério, com a voz baixa, num tom que eu nunca na minha vida esqueci.
- Nunca mais fale comigo. Nunca mais repita o que aconteceu naquele dia. Você me entendeu? Nunca mais.... – Dizendo isso, ele foi embora, sem olhar para trás.
Eu nunca até aquele momento, tinha me sentido tão humilhado em toda minha vida! Meu melhor amigo, o garoto que eu admirava, que eu era apaixonado, tinha me deixado sozinho ali... Havia simplesmente dito que não queria mais falar comigo porque o “papai” não queria ele andando comigo, porque ele achava que eu era “veado”? Pois é... A vida nos derruba muitas vezes, e muitas dessas vezes, a decepção vem de quem menos esperamos. O Alex era meu melhor amigo, o garoto que eu era apaixonado, mas é incrível como uma pessoa pode marcar a sua vida positivamente, e negativamente, ao mesmo tempo. Naquele momento, naquele dia, nossa amizade tinha acabado, e junto com ela, qualquer sentimento que veio junto dessa amizade, havia desaparecido também.
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Capítulo 1 – Apresentação. Me descobrindo como gay.