O vizinho


BY: Inverno       Ainda era verão quando acordei, o forte brilho do sol adentrava pela janela que eu esquecera aberta na noite passada. Meu pequeno apartamento estranhamente parecia menor naquela manhã. As paredes do meu quarto pareciam mais próximas e o teto aparentava estar ao alcance dos meus dedos. E lá estava eu, de cueca, em cima da cama. Sozinho.
    O despertador marcava nove da manhã quando resolvi levantar, o clima estava seco e quente, talvez tenha sido esse o motivo de ter deixado a janela aberta. O cheiro revigorante da maresia agora era notável, havia comprado o imóvel a pouco e ainda não tinha me adaptado com o forte odor que vinha do mar. Fui ao banheiro e lavei o rosto, então ouvi o som de algo caindo e quebrando. O som vinha da varanda. Era como se algum prato tivesse sido destruído. Enrolei-me numa toalha e fui verificar o que estava acontecendo. Quando puxei a porta de vidro o cheiro inebriante da maresia inundou minhas narinas e o som das ondas ecoou por minha mente, não era um som ruim, mas depois de um tempo passou a ser trivial. De fato, no chão da varanda havia um prato de barro destruído, do tipo que se coloca em baixo dos vasinhos de plantas. Mas não era meu, eu não tinha planta alguma. Então me abaixei para examinar os cacos e tentar localizar sua fonte original. Nesse momento, senti um cheiro amadeirado que dominou todo o meu olfato, minha pele ficou arrepiada e por puro reflexo olhei para cima. E lá estava ele, do outro lado da mureta que separava minha varanda da do apartamento vizinho. Era alto, e seu corpo escultural assemelhava-se aos dos deuses da antiga Grécia, seus cabelos castanhos combinavam perfeitamente com os olhos que compartilhavam a mesma cor. Ele estava sem camisa, lindo, impecável. O peito um pouco suado devido ao calor e, sua pele clara parecia macia como seda.
    - Desculpe, a culpa foi toda minha - disse o deus da beleza, sua voz era máscula e hipnótica. - Eu fui colocar o prato em baixo do vaso mais deixe cair. - Então ele sorriu para mim. E era este o mais belo de todos os sorrisos.
    - Tudo bem... - a voz estava me abandonando.
    - Prazer, eu sou Gabriel. Acabei de me mudar - ele me estendeu a mão -, ainda estou organizando as coisas, vida de solteiro é bem mais complicada do que eu pensava. - Voltou a sorrir.
    Lembrando que ainda estava de joelhos eu finalmente me levantei e, ao fazer isso, constatei que ele era realmente alto, no mínimo um metro e oitenta. O que deixava minha cabeça na altura do seu queixo.
      - Prazer, Felipe. - Apertamos as mãos e seu aperto era firme, como eu esperava que fosse.
      Quando o vi mais de perto percebi que seus olhos eram inegavelmente da mesma cor que os meus, pareciam idênticos.
      - E então? Mora sozinho? Ou é casado? Tem filho? Estava tomando banho? É que você está de tolha.
      Ele disparou tantas perguntas que mal consegui responder à primeira.
      - Nossa... - foi tudo que consegui dizer.
      - Desculpe é que sou bem curioso - ele voltou a exibir aquele sorriso maravilhoso que me fez esquecer até mesmo de como se respirava.
      - Tudo bem, a curiosidade não é pecado – e agora nós dois estávamos rindo.
      - Sabe o que houve com a água? - perguntou ele. - Fiquei sem no meu apartamento.
      - Como você é morador novo talvez só liguem a água da sua unidade mais tarde.
      - Que pena eu queria muito tomar um banho - ele passou a mão nos cabelos e aquilo me excitou muito. - Esse calor tá acabando comigo.
      - Bom se você quiser pode tomar banho aqui mesmo, no meu banheiro.
      - Sério? De boa?
      - Claro!

       (Três semanas depois)

    Eu e Gabriel além de vizinhos nos tornamos amigos, éramos muito parecidos e gostávamos das mesmas coisas. Mas naquele dia a amizade evoluiu. Gabriel tinha recebido uma encomenda que havia feito pela internet - era uma estante nova para a sua sala de TV -, mas a entrega não cobria a montagem, então resolvemos monta-la nós mesmos. Não sabíamos por onde começar e, cada tentativa resultava em um fracasso imediato. A cada erro nós parávamos e bebíamos um pouco do vinho barato que eu trouxera de casa.
    - Cara essa coisa foi projetada pela NASA - disse Gabriel com o rosto já vermelho pelo vinho.
    Eu ri alto e me sentei ao lado dele no chão da sala. Ele olhava fixamente o manual de instruções que já tínhamos descartado, pois estava escrito em japonês.
    - Eu teria que me formar em umas quatro faculdades só pra começar a entender aonde vai cada parafuso dessa merda! - disparou ele entre um gole e outro.
    - Relaxa, relaxa que a gente consegue.
    - A gente tá tentando ha três horas e nem um gaveta nós montamos.
    - Sofremos muito! - e eu ri alto novamente.
    Gabriel tentou se levantar, mas tropeçou nas ferramentas espalhadas pela sala e acabou caindo encima de mim. Seu belo rosto ficou a centímetros do meu, consegui sentir sua respiração. Era forte e ofegante. Eu estava encurralado, o chão em minhas gostas e Gabriel me cercando por cima. Aqueles olhos castanhos. Aquela boca, aquela boca linda a centímetros.
    "Eu quero beija-lo;" pensei, "quero tê-lo para mim, quero tê-lo agora. Quero Gabriel desde o primeiro dia em que o vi. Queria tê-lo possuído em meu banheiro quando ele tomava banho. Eu o quero e quero agora!"
      - Eu amo você - a voz máscula agora estava suave como a brisa da manhã. - Eu amo você desde a primeira vez em que te vi de toalha na varando do seu apartamento, Felipe. Eu pretendia usar o vinho como desculpa, mas a verdade é que eu não aquento mais ficar perto de você sem poder beija-lo, sem poder toca-lo como quero. Eu quero você, Felipe. E quero agora.
       Por um momento pensei não estar ouvindo o que o que julguei ter ouvido. O deus da beleza me queria? Ele queria a mim? Não era um sonho. Era verdade. Ele me desejava.
        - Gabriel, eu amo você desde o primeiro dia em que te conheci.
Mesmo entre os deuses, creio que não existisse rosto mais belo que o dele quando sorriu para mim e uma lágrima solitária brotou em seu olho esquerdo.
       - Beije-me, Gabriel. - ordenei.
       - Sim meu amado.
       Foi o beijo mais doce e quente da minha vida, nossas línguas se encontraram e dançaram em nossas bocas, minhas mãos foram em seu pescoço e as dele em minha cintura. Ele estava quente, e eu fervia. Como um gato selvagem ele deu seu bote certeiro, arrebentando os botões da minha camisa ao abri-la com toda a sua força.
       - Desculpe pela camisa - disse ele ofegante entre um beijo e outro.
       - Dane-se! Tenho muitas outras - respondi com o que me sobrara de voz.
       Então ele se ajoelhou com uma perna em cada lado do meu corpo, cercando-me para que eu não fugisse. Ergueu-se e tirou a camiseta. Estendeu uma mão para mim e puxou-me para perto. Deixando-nos pele com pele. Ele acabou retirando o que sobrara da minha camisa e voltou a me beijar. Forte, insaciável. Como uma fera.
       Alto como um gigante ele me pôs nos braços e levou-me até o quarto, lançou-me na cama e veio com tudo. Quando tentou me agarrar, apliquei nele um golpe de Aikido e o deixei por baixo.
       - Agora é a minha vez.
       - Miau... - foi tudo o que ele disse.
       Retirei o cinto da bermuda que ele usava e depois o despi da mesma, deixando-o apenas de cueca. Uma linda cueca vermelha. E lá estava o volume, por baixo do tecido o membro já estava rígido. Era enorme e grosso. Minha boca salivou.
       Fui beijando-o dos pés até o joelho e do joelho até as coxas e das coxas até o pênis. Retirei a cueca e libertei o monstro. Era maior do que eu pensava, mas eu iria doma-lo. Passei a língua por cima da cabeça daquele pau enorme e cheiroso. Era delicioso. Único. As bolas logo em baixo, grandes, rosadas e sem pelos. Comecei então a engolir o aquele pênis, consegui colocar todo aquele pau na minha boca enquanto Gabriel gemia e se contorcia na cama.
        Hã... Vai... Não para meu amor... Hã...
       Aquele homem era meu, seu pau era meu, e ao mais tardar até seu gozo iria me pertencer.
       - Chupa Felipe. Chupa tudo. - Gemia ele de excitação.
      E eu chupava. Era quente e salgado. Era grande e perfeito. Então chupei e chupei até que ele gemeu alto o bastante para ser ouvido do outro lado do Atlântico. Em seguida veio o gozo, minha boca encheu-se de esperma e era ótimo, salgado e doce ao mesmo tempo. Quase engasguei, mas não o cuspi, engoli tudo, pois era meu.
        Continuei chupando o pênis com mais vontade até que ele estivesse totalmente limpo, depois dei uma leve chupada naquelas bolas enormes.
       - Minha vez... - Sussurrara ele e eu sabia o que queria dizer.
       Saí de cima e ele veio até mim, retirou minha calça e minha cueca, sem cerimonia lambeu minhas bolas e meu ânus, depois meu pênis estava em sua boca, era macia e lustrosa, parecia que não havia dentes. Apenas a língua. Eu gemia e me contorcia e ele não parava de chupar. Então simplesmente parou. Eu o olhei e seus olhos fitaram os meus.
       - Foda-me - ordenou-me.
       - Senta nesse pau.
       E ele sentou. No começo foi difícil de penetrar, era um ânus apertado, talvez até virgem, mas ele continuou até conseguir. E depois começou a descer e subir. Era quente lá dentro. Quente e gostoso. Apertado, sem sombra de dúvidas o melhor lugar do planeta. Gabriel mostrou-se um ótimo peão, cavalgou por horas, gemendo, suando. Nossos corpos estavam quentes como o fogo do inferno. A libido nas alturas. Então veio o gozo, dentro daquele cu maravilhoso e desvirginado. Dentro daquele homem que agora era meu.
       Meu vizinho, meu amigo, meu homem, meu Gabriel.

                                                          Fim.



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