BY: sgsabatini Domingo é dia de descanso. Ninguém me tira de casa num Domingo. Ninguém me arranca da cama. Ela me tem por completo e sou totalmente fiel a ela.
O celular começou a apitar ainda cedo. Sim, caros leitores, ás 10:00 num Domingo é cedo. Abri somente um olho com dificuldade e tentei focalizar a tela do aparelho. Algumas pessoas dando “Bom dia” e uma em especifico mandando várias mensagens, uma atrás da outra dizendo: “Acorda!”. Adivinhem quem era?
– Ta de sacanagem mil vezes!
Esbravejei no quarto escuro devido ao blackout na janela.
Pus o celular no silencioso e virei pro outro lado para voltar a dormir. Depois virei novamente pro outro. E assim comecei a “fritar bolinho”, virando de um lado pro outro, me mexendo sem parar, porque aquele praga já tinha conseguido o que queria: Me acordar.
Peguei novamente o celular e vi mais trocentas mensagens do mesmo gênero: “Acorda dorminhoco!” “Acooordddaaa”, “ Vou te infernizar até vc acordar”, “Vc é lindo dormindo, mas acooordaaa”. Revirei os olhos e respondi teclando:
– Caralho moleque! O q vc quer?!
– Que gentil. Bom dia pra vc tb. Hihihi
– Vc me acordou, Allan. O q foi?
– Eu sei, mas eu tive prova hj. Vem me buscar?
– O q??? Ta achando q eu sou seu pai? Vai pegar um ônibus, seu folgado. Eu hein?!
– Credo, q mau humor matinal. Podia ligar pro meu pai, mas eu quero vc.
– Não tenho mau humor matinal, mas não gosto de ser acordado assim. Ainda mais no dia q posso descansar até mais tarde. Não podia esperar?
– Não. Agora já acordou. Vem me buscar?
Revirei os olhos novamente.
– Ta, Allan. Eu vou. Uns 15 min to ai.
Levantei com custo, porque a preguiça era monstra. Tomei um banho e fui busca-lo. Parei em frente à escola e ele estava lá esperando. Entrou no carro e jogou a mochila no banco de trás.
– Ta mais calmo?
Ele perguntou.
– To.
Me limitei a responder. O fato que ainda estava um pouco mal humorado.
– Posso te deixar calminho.
Ele disse marotamente.
Começou a passar a mão pelo meu pau por cima da bermuda, fazendo com que eu me sobressaltasse no assento.
– Pode parar. Ta dia, alguém vai ver.
– Não vai não.
Disse ele abaixando a cabeça em direção ao meu colo. Dei um pulo.
– Allan, ta doido?! Levanta, alguém vai ver.
– Relaxa, seu carro tem insufilme. Eu sempre quis fazer isso.
Ele disse, desabotoando a minha bermuda e libertando meu pau da cueca.
Começou cheirando, para depois passar a língua nele todo, me provocando arrepios. Apertei as mãos no volante, pedindo em silêncio para que nenhum semáforo fechasse, para assim não ter nenhum carro emparelhado ao meu. Ele começou a chupar com força, guloso, esfregando a língua pela cabeça e apertando bem os lábios enquanto engolia. Minhas pernas queriam ficar bambas, mas eu firmava mais ainda, tentando me concentrar na direção.
Resolvi cortar caminho por dentro do bairro, onde tinha somente casas residenciais e ruas bem tranquilas. Assim poderia ir bem devagar. Enquanto isso ele chupava com gosto, passando os dentes de leve, sugando a cabeça. Eu mordia meus lábios e soltava uns gemidos roucos, forçava sua cabeça pra baixo e puxava seu cabelo. Ele parou e me olhou com aqueles imensos olhos azuis:
– Dá leitinho, dá?
Ele disse, me levando a loucura.
Voltou a sugar ainda mais forte. Acelerou o ritmo, fazendo meu corpo estremecer e em questão de segundos eu enchi a sua boca de porra quente. Ele engoliu e deixou meu pau limpinho, para depois guarda-lo dentro da bermuda novamente.
Olhou pra mim e falou:
– Bem melhor agora, né?
Eu sorri e disse:
– Você não tem jeito. Kkkk. Ta ficando bom nisso.
– É só você me deixar praticar mais.
Ele respondeu de forma sapeca. Depois emendou:
– Biel, queria te pedir uma coisa aproveitando que a gente está por aqui.
– O que?
– Me ensina a dirigir?
– Tá de zoeira, né? Teu velho não te ensinou, não?
– Ele não tem paciência. E meus amigos ainda não tem carro.
– E porque você acha que eu teria paciência de ensinar?
Eu perguntei.
– Porque você já ensina os outros a fazer exercício. É quase a mesma coisa.
Eu tive que rir. De uma certa forma ele tinha razão.
– Ta bom, carinha. Você venceu.
Eu encostei o carro e desci para que ele pudesse trocar de lugar comigo. Ele se acomodou e colocou o cinto. Eu também por precaução (rs).
– Você já sabe os pedais e as marchas, né?
– Sei.
– Me mostra.
Eu pedi e ele foi pisando em cada pedal, falando o respectivo nome, depois foi passando as marchas para mostrar que sabia.
– Ok. Então passa a primeira e solta devagar a embreagem.
Ele soltou rápido demais e o carro deu um solavanco, morrendo em seguida.
– Calma. Vamos tentar de novo. Solta devagar.
Mais uma vez o carro deu guinada pra frente e morreu. Somente na quarta tentativa ele conseguiu andar com o carro.
– Isso devagar. Passa a segunda. Solta devagar.
Eu orientava.
Horas ele acelerava demais, outras freava bruscamente. O carro ia dando uns coices e ele suava de nervoso no volante. Depois de alguns minutos já conseguíamos dar a volta no quarteirão. O sorriso dele ficou imenso. Com um pouco mais de confiança, passou a terceira marcha, mas eu pedi que fosse devagar, pois ali tinham muitos cruzamentos.
Paramos o carro e eu perguntei se ele queria fazer baliza. Imediatamente ele fez que sim com a cabeça, todo empolgado. Como não tinha outros carros que ele pudesse bater, ficava mais fácil simular o exercício. Falei rapidamente como ele devia fazer e ele disse que entendeu.
– Ta. Engata a ré e solta devagar a embreagem, vai acelerando. Senão vai morrer.
Ele fez, mas mesmo assim o carro morreu.
– Sem problemas. Faz de novo.
Ele engatou a ré e soltou devagar a embreagem, mas acelerou demais e o carro foi com tudo.
– Allan, devagar! Solta o aceladoooooorrr. Freiaaaa!!!
Quando o carro subiu em cima da calçada, eu puxei o freio de mão e o veículo parou na hora. Ele me olhou assustado, com os olhos arregalados e boca meio aberta. Confesso que meu coração estava aos saltos, afinal por mais um pouco tínhamos invadido o portão de uma casa Porém, me limitei a falar:
– Acho que está bom por hoje, né?
Ele concordou com a cabeça. Trocamos mais uma vez de lugar, assumi o volante e falei:
– Bom, já que você me arrancou de casa hoje, vou aproveitar e passar na minha mãe. Tenho que pegar umas roupas que ela separou pra mim. Tudo bem pra você?
– Eu vou conhecer a sua mãe?
Ele perguntou receoso. Eu olhei pra ele e sorri.
– Na verdade, ela deve te conhecer desde criança. Apesar de não ser propriamente amiga dos seus pais, sabe como é vizinhança, né?
Ele ficou um pouco tímido, mas concordou.
Quando chegamos lá, ela não estava em casa. O que eu agradeci mentalmente senão seria uma pressão para almoçar por lá, ia contar um monte de histórias minhas e me envergonhar até dizer chega. Acho que toda mãe é assim, né?
Entramos e ele me esperou na sala, enquanto eu pegava as roupas. Quando voltei, ele estava olhando os porta-retratos.
– Você é lindo desde pequeno.
Ele disse rindo.
– Saí daí.
Eu falei brincando. Ele se virou e seus olhos brilharam:
– Nossa! Sua mãe tem um piano! Vai dizer que você toca?
– Esse piano era da minha avó, na verdade. Aprendi quando era pequeno.
Eu disse sem interesse.
– Mas você ainda sabe tocar?
– Não, Allan. Arranho alguma coisa, talvez…
– Ah Naaaaoo. Você vai ter tocar. Toca por favor!
– De jeito nenhum. Pode esquecer!
Ele chegou mais perto juntando as mãos em prece.
– Por favor, por favor, por favor!
– Não.
– Só um pouquinho, Biel. Por favor?!
Sabe aquela carinha do gato de botas? Posso jurar que a dele conseguiu ser mais apelativa. Revirei os olhos e sentei no banco. Abri o piano e olhei pra cara dele:
– Qualquer uma?
– Qualquer uma, até “Atirei o pau no gato”, mas essa não porque é politicamente incorreta.
Ele disse sorrindo em seguida, me fazendo sorrir também.
– Tá.
Coloquei o boné pra trás e comecei a deslizar os dedos pelas teclas, começando a dedilhar a música “All of me” John Legend. Comecei a cantar baixo e grave a letra, acompanhado da melodia que saia do piano.
“What would I do without your smart mouth,
Drawing me in, and you kicking me out…”
Fui cantando sem tirar os olhos do piano e com o rosto queimando de vergonha. Ele sentando ao meu lado, não tirava os olhos de mim, enquanto meus dedos deslizavam nas teclas.
Às vezes arriscava a olha-lo e sorria de vergonha, voltando a me concentrar na música em seguida. Ele parecia hipnotizado, com os olhos azuis fixos em mim. Terminei de tocar e fechei o piano. Olhei para ele e reparei que seus olhos estavam cheios de agua.
– Nossa…
Ele falou sem conseguir continuar.
– Ta chorando? Não faz isso, por favor. Eu nem sei tocar direito….
Eu falei envergonhado.
– Eu não sabia que você tocava tão bem. Essa música é linda. Eu…Eu to sem palavras…Tão lindo..
– Vai, para com isso. Já to com vergonha, meu rosto ta queimando. Você quer acabar comigo, só pode.
Ele se aproximou e me beijou. Seus lábios envolveram os meus devagar, suavemente. Olhou pra mim e sorriu. Ouvimos um barulho na porta e nos afastamos. Meu irmão entrou e se assustou de nos ver ali.
– Opa cara, não sabia que você tava ai.
Ele falou cumprimentando a mim e depois ao Allan.
– Eu vim pegar as roupas que a mamãe separou, mas eu já to ralando fora.
Eu falei levantando.
– Não quer esperar por ela?
– Não. Eu passei rapidão mesmo. Da um beijo nela.
Eu dei mais um abraço nele e fomos embora.
Chegando no apê, fiz um macarrão e almoçamos. Ficamos na sala, já que não tinha ninguém em casa. Deitei no sofá e ele também, encostando a cabeça no meu peito. Alisava seus cabelos, enquanto sentia ele deslizar a ponta dos dedos pelo meu braço, desenhando a minha tatuagem. Era uma sensação gostosa sentir ele assim nos meus braços. Fazer carinho no seu cabelo, sentir sua respiração. Foi dando aquele soninho típico de depois do almoço e assim adormecemos.
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Sempre atencioso com seus leitores, Biel Sabatini faz questão de responder individualmente cada leitor que comenta no seu blog, postando além do conto, um conteúdo diversificado que reúne entretenimento, artigos, curiosidades e ainda abre espaço para que outros autores também mostrem o seu trabalho.
Quem ainda não visitou o blog, vale muito a pena a leitura e ainda de quebra, se apaixonar pela cativante história "Diários de um Hétero", postada semanalmente para deleite dos leitores aficionados pelo conto mais querido da rede.
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